Trilha sonora:
Nasci e cresci com abundância de água. Não fui educado para economizar água. Em Moscou, capital do comunismo, não conheci escassez de água. Em Nova York, capital do capitalismo, não tive racionamento de água. E não comprava galão de água. A da torneira é potável, sempre.
Em Nova York, bebe-se água das montanhas (Catskill, do rio Delaware…) de boa qualidade. Fruto de parceria com fazendeiros e proprietários de terra. Gente consciente de seu papel na sociedade. Não há estação de tratamento. Apenas filtragem da água que percorre 300 km por túneis e aquedutos para abastecer a cidade na qual acontece o maior evento brasileiro no mundo. Criei o Brazilian Day em 1985, na Rua 46, entre Quinta e Sexta Avenidas. O primeiro foi dedicado ao mineiro Tancredo Neves.
Na minha infância era tanta chuva, córregos, nascentes, que com as chuvas mixurucas de Moscou e Nova York, eu sonhava com os torós que desciam pelas Ruas e calçadas em direção ao rio Cuiabá, atualmente, recebendo, in natura, 70% do esgoto da cidade. Corixos, córregos, lagoas, olhos d’ água, do Pantanal, estão contaminados por agro-tóxicos, vinhoto, pesca predatória, desmatamento, lixo…
Mas, para compensar e alegrar foi construída a Arena Pantanal da Copa eleitoral de Lula/Dilma. Com o over price poderíamos ter avançado na conclusão das obras do esgotamento sanitário.
Enquanto Lula/Dilma decidem a quem entregar os ministérios de maior orçamento, e acomodar o aliado de maior voto, pensam em como se livrar do escândalo mundial da roubalheira na Petrobrás; os que pensam a Ciência, Pesquisa, Tecnologia, Modernidade, com Rosetta e Philae, deram mais um passo para a humanidade.
Eu estava em Moscou quando os ucranianos Churyumov e Gerasimenko identificaram e batizaram o cometa de o Chury, atualmente, mais conhecido como 67P.
Chury tem gelo sobre rochas que irradiam luz quando ele está próximo ao Sol. E o gelo derretido produz filetes de água. E onde há água, há vida. Mesmo que em estado microscópico. Saberemos se a água do cometa é compatível com a nossa. Se for, avançaremos na teoria que a Terra recebeu H0 extraterrestre. E a origem da “nossa” vida não estaria aqui.
Mas, os crentes em Deus não devem ficar furiosos. Há gente no Vaticano a dizer “A possível descoberta de vida em outro planeta não colocaria a teologia cristã em crise. Nesse contexto, Deus é o criador de tudo, logo, também seria criador desses outros habitantes do universo”.
Pacto com o Diabo: vendo a minha alma por cem anos.
Desde que li Simone Du Beauvoir, não desejo ser eterno. Mas, assim como os siameses LD, (Ela sou Eu), fazem acordo “ate com o diabo pra ganhar eleição”, eu posso vender a minha alma, já impura, para o Capeta. Quero estar vivo e atuante, daqui a cem anos.
Pois, no ritmo das viagens espaciais, exitosas, como essa de Rosetta e seu Philae, conhecerei um ET, de carne e osso. E faria tudo para, daqui a cem anos, ver o que restou dos rios de Mato Grosso (ou Mato Fino). Como estará o rio Araguaia, Tocantins, Madeira, S. Francisco? Ver o que sobrou da Amazônia.
E no dia do Juízo Ecológico quero ver a cara dos Caras que governaram e que levaram rios, fauna, flora, água, ao estado de calamidade e tragédia. Para ver esse dia vendo a minha alma ao Satanás. Nesse dia, quero ver a mãe do PAC e dos ricos. O Pai dos pobres e da Copa dos 7 a 0.
Ideologia X Tecnologia
Desde “em se plantando tudo dá” recorremos aos recursos naturais abundantes, porém, finitos. Desperdiçamos, usamos mal, inventamos mitos, heróis, desculpas: “Deus é brasileiro”. “Rezando, chove”.
“Vá, derrube a mata, e fique rico. Grila, invade, assenta, depois vende. Para a olaria e o carvão do churrasco, corte árvores. Não tem gás? Derrube a arborização próxima. Jogue o lixo no rio, no mato”. A cultura do coitadinho tudo permite: invadir, desmatar, construir, em área de preservação ambiental.
Foi o que fizeram/fazem na grande São Paulo. Pela cartilha da mobilização ideológica, eleitoral, da tomada do poder. “Lula e seu bando de predadores ambientais, do campo e da cidade, são também responsáveis pela escassez de agua. Na presidência, ele ficou culpando a elite branca de olhos verdes. E nada fez para proteger as Aguas do Brasil. Seu segundo mandato foi dedicado a livrar-se do Mensalão. Ao Socialismo do século 21 de Hugo Chávez. Perdeu tempo-que não é dele-é da nação, com Kadafi, Fernando Lugo, Kirchners, Evo Morales, Ahmedenijad, Mubarack, com ditadores. ( Adriana Berger, Londrina).
Mentirosos ideológicos, mobilizadores eleitorais, alardeiam: “Os americanos, os europeus, derrubaram as suas florestas, agora ficam enchendo o saco. Eles querem tomar a nossa Amazônia”. Governantes incompetentes, delinqüentes ambientais, repetem: “Se eles desmataram, nós também podemos desmatar”. “O futuro a Deus pertence”. E a claque universitária ”ideológica”, de professores e alunos, e a galera paga para mobilizar, aplaudem. Espalham a resposta “ecológica”.
Quem está derrubando a Amazônia?
Por acaso, são suecos, finlandeses, canadenses, russos, belgas, os que continuam queimando, desmatando, destruindo, fauna, flora, rios, do Nordeste, Sudeste, Amazônia? “Todos os rios do Brasil estão desprotegidos”.
O fanatismo religioso ensina: “O sangue da hóstia (da beata) é o sangue de Cristo”. “O mar vai virar sertão”. Se, por causa da seca, o nordestino da caatinga é um forte, o que dizer dos beduínos, de caravanas milenares pelo deserto, dos africanos das savanas desmatadas, dos povos do semi-árido, dos que sobrevivem há séculos com secas perenes, dos esquimós, dos russos das geleiras siberianas? Seriam eles fortíssimos? Semideuses? A ideologia, outrora libertadora, agora a serviço de uma nova elite, a PPC: político pilantra corrupto perpetua o atraso. E dependência e atraso dão voto.
Água do mar.
Em Israel, tecnologia, criatividade, seriedade nacional, vencem a escassez de água.
Mais da metade do território de Israel é desértica. Do mar Morto, com dez vezes mais sal, não é possível produzir água potável (por enquanto). A solução está no mar Mediterrâneo. 80/% das casas do país recebe o “milagre” da água salgada/doce. Israel exporta a sua tecnologia para 40 países.
Recuperação e Transposição do rio S. Francisco.
A recuperação toma tempo. Não dá voto. A transposição dá voto e muito dinheiro extra. “Água do velho Chico é sonho antigo que eu transformei em realidade”. Como a segunda Copa do Mundo no Brasil passando a bolada de cinco bilhões para empreiteiras amigas. As da propina, do caixa 2.
E uma desmoralização em casa. Nunca antes na história deste país a seleção levou um chute na bunda tão humilhante, “homofóbico”, como o 7 a 0 da Alemanha.
O rio S. Francisco com os seus 2,8 mil km2 passa por sete estados. Das obras com orçamento (inicial) de 7 bilhões, informam que o Eixo Leste tem 67% de conclusão. E o Eixo Norte 47%.
Sete anos se passaram (conta de mentiroso). A previsão para o final da Transposição é 2016/2017. Ou em julho/agosto de 2018, ano das eleições presidenciais. O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, segue por Bahia e Pernambuco, mudando de curso chega ao oceano Atlântico pela divisa Alagoas/Sergipe.
A insegurança aumenta enquanto o rio encolhe. Há que se perguntar, sempre: Transposição de quê? O rio já está com vazão reduzida. Poderá perder, drasticamente, o volume de água? Há que pensar, sempre: os estados banhados pelo velho Chico estão no litoral. E com tecnologia, como a de Israel -não com ideologia do atraso- o Nordeste pode combinar soluções para a escassez de água. O sertão poderá usar água do mar.
“Lula ignorou o Atlas Nordeste de Abastecimento”
Há controvérsias. João Suassuna, autor do livro “Transposição do Rio São Francisco na perspectiva do Brasil Real” diz: “Ninguém é maluco de ser contra um projeto que pretende levar água para 12 milhões de pessoas. Os canais irão abastecer o agronegócio, as fazendas de criação de camarão e os projetos irrigados. O povo continuará abastecido por caminhão pipa na caatinga e não vai ver a água da transposição”. “O governo Lula ignorou o Átlas Nordeste de Abastecimento, que tem todas as fontes de água, e se implantado, beneficiaria 30 milhões de pessoas do semi-árido com metade do custo previsto para a transposição”.
95% da energia elétrica nordestina saem das águas do rio S. Francisco que irrigam 340 mil hectares de terra com o cultivo crescendo a 5% ao ano. Não há proteção, arborização, limpeza. Todas as cidades banhadas pelo rio jogam seus esgotos, agro tóxico, lixo, no velho Chico mal usado, alquebrado. Com a sua nascente e afluentes, secando.
Cadê o dinheiro? O gato comeu. O carcará comeu. O candidato comeu.
E os 2,4 bilhões previstos para 36 programas ambientais e ações de revitalização do rio S. Francisco? Plantarão 10 mil, 100 mil árvores? E o dinheiro? Gal Costa cantará “que o gato comeu”. E o carcará, o calango, o candidato, comeram.
“Fala-se em sudestino com dinheiro no exterior. Mas, há muito dinheiro nordestino em bancos suíços, nos paraísos fiscais” (P. Anderson, banqueiro em NY).
A indústria da seca continua faturando. Há o nordestino forte, em desviar recurso de açudes, irrigação, poços artesiano, caixa d’ água, caminhão pipa. Há o nordestino sofredor nas mãos de coronéis, usineiros, religiosos, políticos safados, esse sim é forte, na resistência passiva e na dependência.
Péssimo no manejo de águas e florestas
Confuso, patrulhado, patrulhando, sem planejamento adequado às reais necessidades do país, no chutômetro, escondendo números do desmatamento para não influir nas últimas eleições, o governo LD tem sido péssimo no manejo de águas e florestas.
Ao “vender” Dilma para o eleitorado, deslumbrado com a novidade, Lula disse que a primeira mulher-presidente iria cuidar do Brasil carinhoso. Espera-se que neste segundo mandato ela se livre da turma “ideológica” que a domina. Descarte “amigos, amigas” envolvidos em “mal feito”. E governe!
Nem o federal faz. Nem o estadual age.
Eu sei, você sabe, Dilma deveria saber, que o governo federal não tem como parar os abusos contra as florestas e os rios. SE QUEREMOS ÁGUA, TEREMOS QUE PLANTAR ÀRVORES. Proteger os mananciais, reservatórios, rios. Mas, vivemos numa República Federativa do faz-de-conta. (Land of make believe. Nem-Nem institucional. Nem o federal faz. Nem o estadual age.
Um grande pasto. Uma Socrata.
Deus já mostrou que está cansado das mentiras e safadezas brasileiras. O seu representante na Terra é argentino. O manejo e o uso da água, mais que uma questão de engenharia, números, obras, no Brasil, é uma questão de comportamento, atitude, de cultura. Dilma tem que falar e governar para a nação. Não somente para o eleitorado dela/dele. Ou ela governa para o país, ou para a eleição de Lula em 2018.
Áreas de conservação são invadidas. De 2008 ate agora foram 44.000 km2. Está no Congresso projeto de lei para entregar 10% das áreas protegidas à mineração. Sustentabilidade é papo furado para se mostrar no exterior. A ANA, além de escândalos, é um cabide de companheiros e aliados.
“No ritmo que estão derrubando as matas, em 30 anos, (a estimativa era de 50) a Amazônia será um grande pasto. Uma Socrota. (Paulo, um eco-chato, de Manaus).
Enquanto o Primeiro Mundo vai além do nosso universo em busca de água, a origem da vida, no Brasil, colocado no Quarto mundo por políticos das cavernas ideológicas, no país dos maiores recursos hídricos do planeta, segue o desperdício, má gestão, irresponsabilidade, ignorância, ganância, destruição.
(Minha água, minha vida, prossegue).
De ultima:
Sob pressão, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de olho em votos para concorrer ao governo estadual, e ficar bem com a banda de mobilizadores predadores ambientais, alterou decreto de 2010 para permitir a construção de 3.500 moradias populares às margens da Represa Guarapiranga.
O terreno de 1 milhão de metros quadrados, em área de manancial, deveria ser parque-protetor. A devastação continua acelerada na Represa Billings, região de onde sai 30% da água que abastece a capital de SP. Todo o sistema Cantareira está comprometido, para sempre.
A mulher reeleita para cuidar do país deveria ter lucidez, coragem, para não liberar recursos para o Minha Casa, Minha Vida, em margens de represas, áreas de preservação ambiental. E fazer mutirão nacional para retirar predadores (pobres e ricos) das margens de reservatórios.
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