Trilha sonora:
“Elizabete encontrou a Inglaterra falida e desprezada e deixou-a rica e poderosa. Sem marido nem filhos, serviu de mãe para a Inglaterra. Amou-a devotadamente e se consumiu servindo-a. Sábia ao escolher conselheiros, e ajudada pelos conselhos destes, Elizabete foi a maior governante que a Inglaterra já viu”. (Will Durant, no livro Heróis da História).
Ditador faz o que bem entender com o tempo no governo, em casa. O tempo de presidente democrático não é dele. O tempo que usa, bem ou mal, é da nação. O combustível e a tripulação do avião presidencial são pagos com impostos. Pagamos também os hotéis, almoço, jantar, vinho, uísque, batidinha de cachaça ou vodka, salão de beleza, remédios, livros, jóias, gravatas. Portanto, Presidente não pode jogar fora o tempo do país. O tempo de presidente, o timing, é executar a coisa certa na hora certa.
Limpar a imagem, dar a volta por cima, de fora para dentro.
Lula alcançou todos os seus propósitos. Na presidência fez o que bem entendeu. Em pleno Mensalão, (que nunca existiu?) ele avisou: “Não vou para o matadouro sozinho”. Lavou as mãos. Companheiros de jornada foram julgados, condenados, presos. Lula, o carismático, o mago, saiu ileso. Foi aconselhado a dar a volta por cima no Mensalão. Limpar a imagem de fora pra dentro. Do exterior.
Lula desperdiçou o tempo da nação.
No exterior, graças à imagem positiva do Brasil, ele foi bem sucedido. De repente, The Little Big Man, from Brazil, discursou das mais importantes tribunas. Deitou regras do Fome Zero. Dormiu nas suítes mais caras do mundo. Postou-se, orgulhoso, ao lado da Rainha Elizabete. Aconchegou-se no peito de W. Bush, o Demônio Imperialista.
To reach the unreachable star.
Para D. Quijote não havia sonho impossível. È possível sim to reach the unreachable star. Sonhando, Lula abriu embaixada em lugares nunca dantes navegados construindo votos para a candidatura lançada por Evo Morales à Secretário Geral da Organização das Nações Unidas.
Armação diplomática de Fidel Castro com Hugo Chávez para bajular, cooptar, usar, o pequeno Lula/e o gigante Brasil no contexto internacional. Sempre, contra os Estados Unidos. Numericamente, com os votos da América Latina e África, a chance de Lula ser eleito para a chefia da ONU, era sim uma possibilidade. Remota, mas, era.
Mas, como ninguém é de ferro, nem lúcido o tempo todo, Lula foi descendo, descendo, do topo de sua Mantiqueira e caiu nos braços do charmoso caribenho, El Conquistador Hugo Chávez. Depois daquela noitada na ilha Santa Margarita, tracei a linha divisória da política externa brasileira. Dediquei um RH ao Novo Tratado de Tordesilhas iniciado pelo idílio Hugo Chávez/Lula.
Como no Brasil poucos se dedicam, interessam, ou sabem dos assuntos externos do governo, está aberto o caminho para um consistente jornalismo investigativo, opinativo, e sabermos em que momento Lula deu a mais catastrófica quinada do seu mandato.
Por que o presidente do Brasil visto como emergente liderança das Américas e dos oprimidos do mundo, desviou o nosso país dos centros do Saber, do Conhecimento, Tecnologia, Ciência, Pesquisa, Modernidade?
A foto com Evo Morales- os dois com colares de folha de coca de onde deriva a cocaína e o crack que destroem, matam, aliciam jovens para o crime- que acabara de auto proclamar-se Presidente Cocalero, manchou, para sempre, a imagem de Lula, de seu governo, do Brasil.
Por que Lula esnobou os nossos parceiros tradicionais e passou a exibir-se, com os olhos vermelhos e esbugalhados, ao lado de Kadafi, Ahmedinejad, Mubarack, Mugabe, ditadores. Com corruptos, terroristas, escória, e um discurso confuso de Terceiro Mundo? E o mundo já sem Segundo Mundo. Quem fez a cabeça de Lula para que ele entrasse por um atalho desagregador, infrutífero, destruidor de possibilidades e de alternativas para o Brasil?
O negro-presidente estendeu a mão. O operário-presidente esnobou.
Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, discriminado pela elite branca de olhos azuis, estendeu a mão para Luis Inácio Lula da Silva, o primeiro presidente operário do Brasil, “discriminado pela elite branca de olhos azuis”.
O que fez Lula? Esnobou o novo presidente dos EE. UU: “Não preciso de diploma universitário, nem de Harvard, para governar o Brasil. Tenho mais experiência que Obama”.
Passou a servir de ponte para os interesses petrolíferos da Venezuela no Egito, Irã, Líbia, Nigéria, Rússia, Angola. Lula aprendia rápido. Passou a repetir frases feitas pela propaganda bolivariana. De criticas, Lula, seguindo Hugo Chávez, Moreno, Evo Morales, passou às ofensas contra El Negrito de Washington.
A política externa foi a de “pancadas de baixa intensidade nos Estados Unidos”. Ninguém sabe ate hoje quem foi o gozador ou sectário, autor da “guerrilha diplomática”, e qual o objetivo dessa política externa de boteco?
Para “encher o saco de Obama”.
Diria o ministro Cardozo. As pancadas surtiram efeito? Nenhum. Só queimaram o nosso filme. Fomos ficando cada vez mais isolados. Nós que já tivemos um dos melhores serviços diplomáticos do mundo.
Hugo Chávez e Lula, em todas. E toma organizações bolivarianas. UNASUL. Bancos, Emissoras de Rádio e TV. Promessa de refinarias. Acabar com os exércitos nacionais e substituí-los pelo Exército de Bolívar, as Forças Armadas do Continente. Para enfrentar o Império do Norte. E Hugo distribuindo petrodólares à custa do povo venezuelano para eleger presidentes. Firmando-se como líder continental.
A ponte aérea ideológica Brasília-Caracas.
Quantas vezes Marco Aurélio Garcia e Stédile, exemplo, foram a Caracas? A ABIN sabe? A TV Globo sabe? Enquanto perdurar o desinteresse, a desinformação, sobre a política externa brasileira; enquanto a nossa TV não criar programas que debata e informe política externa, continuaremos a mercê de “viagens, acordos, contratos, segredo de Estado”.
A mercê da improvisação, de impulsos, e desvios. Sem saber sobre as obras “ideológicas, humanitárias”, construídas por empreiteiras muy amigas, bancadas pelo povo brasileiro. Sem sabermos o porquê de tanto perdão de dívidas e doações aos devedores do Brasil?
Se aqui dentro a propina corre solta e estamos dando nome aos bois. Chegou a hora de sabermos quem ganhou e ganha dinheiro, muito dinheiro, intermediando, negociando, obras no exterior? Quem está faturando com a exportação de corrupção e com os depósitos in cash e diamantes nos “paraísos socialistas”? E se a mídia pesquisar, levantar, com imparcialidade, descobrirá “coisas do arco da velha”, tipo “nunca antes na história desse país”.
Resumindo, em política externa, Lula provocou catástrofe após catástrofe. Não é provocação o Brasil ser classificado como “Anão diplomático”. Ainda se ouve nos círculos diplomáticos a mentira ou a verdade que pegou: “O Brasil não é um país sério”. “Is not a reliable country”.
A espionagem.
Mais uma vez, Dilma deixou-se influenciar pelos bolivarianos de seu governo, deixando a sua política externa a cabresto de Cuba, Venezuela, Bolívia. Com pauta que fazem do Snowden, rapaz desajustado, espião de terceira, abrigado pela Rússia de Putin, coronel da velha KGB. Bem no estilo Guerra Fria.
Mas, segundo Lula, “rapaz que presta relevantes serviços às liberdades democráticas”. Angela Merckel criticou a espionagem eletrônica, mas, encontra-se com Obama. Só mesmo idiotas podem crer que Alemanha e Estados Unidos deixarão de dialogar, buscar soluções, por acreditarem nas denúncias do WikiLeaks e Snowden.
Hackers chineses espionam o governo e milhões de norte-americanos. Os negócios entre China e EEUU cada vez mais sólidos. Estamos em plena Guerra da Informação, do Conhecimento. O Brasil está na rabeira da Segurança Cibernética.
Dilma foi ideologicamente forçada a cancelar a viagem do ano passado aos Estados Unidos? Ou teve ataque de nervos, subitamente, patriótico? Ou foi mais um factóide para Moreno e Evo Morales espumarem contra o Império? Para o Brasil, foi mais um tempo estupidamente perdido. Irrecuperável.
Disseram que eu voltei americanizada
Li e ouvi que Dilma traiu o seu passado. Vendeu-se à Obama. Voltou americanizada. O jornalista Mario Magalhães, com ranço saudosista, arrasou a presidente Dilma por ela ter bajulado Henry Kissinger, o homem enciclopédia. A quem a China comunista deve o seu despertar para o mundo moderno. Chu-en-Lai, primeiro ministro, estrela guia de comunistas brasileiros, deixou claro: “O presidente Nixon e o presidente Ford, podem nos visitar, nos conhecer, porém, serão muito mais bem vindos com Henry Kissinger”.
Na Realpolitik, Kissinger apoiou ditaduras militares na América do Sul. E ao mesmo tempo mantinha contatos com as matrizes comunistas, Moscou, Pequim, (e com Cuba, por tabela). Os resultados aí estão. A China um colosso. Cuba e Estados Unidos reabrirão embaixadas. Resumo para o Mário Magalhães, jornalista de curriculo invejável: Dilma aconselhar-se com Delfim Neto pode. Com Kissinger não pode. O vírus do antiamericanismo penetra pelos poros, perfura o córtex, é difícil de ser tratado.
“Absolutamente fantástico”.
Senti pena da presidente Dilma quando ela exclamou como menina deslumbrada com a sua primeira Barbie: “Absolutamente fantástico. È um nível de desenvolvimento que eu não imaginava que houvesse”. O carro sem motorista, os avançoes tecnológicos do Vale do Silicio. As conquistas da NASA. Tudo tão distante da realidade brasileira.
Aflorou em mim solidariedade e carinho pela sinceridade da presidente em reconhecer o seu, e da grande maioria de seu povo, escandaloso, vergonhoso, ultrajante, atraso tecnológico. Há mais, muito mais avanço e progresso tecnológico, que a presidente, assim como o seu antecessor padrinho político, desconhece.
Parabenizo o criador dessa nova agenda de viagens da presidente Dilma. Desde o primeiro dia, do seu primeiro mandato, alternativas para novos investimentos deveriam ter sido o foco de sua agenda internacional.
Tempo perdido não se recupera.
Lula esfarelou muito mais que uma década. Pois, acordos, contratos, obras, pesquisas, são para vinte, trinta, cinqüenta, cem anos. Com o seu comportamento errático, desagregador, esperteza, causou danos irrecuperáveis a muitas gerações.
À Dilma, resta seguir em frente. Sem olhar para trás. E com a mesma garra e disciplina com a dieta que a faz melhor, desvencilhar-se dos cacoetes e “amigos” dogmáticos. Presentear, com aposentadoria tranqüila, os “leais” que a prejudicam interna e externamente.
Limpar a área. Cercar-se de Realizadores. Impulsinadoras. De Gente Idéia. Exemplo: É hora de dar uma embaixada para Marco Aurélio Garcia. Ele merece. O ministro Cardozo está “de saco cheio”? No problem. Que ele vá esvaziá-lo em casa, na dacha, em Paris. E no embalo, criar o Ministério de Segurança Pública. A podridão no Sistema Carcerário tem que ser enfrentada.
Sem agenda “ideológica”, fazer mais viagens ao exterior. Falar ao povo. Explicar por que não pode ficar correndo atrás do tempo perdido. Com o Coração Valente, e coragem para enfrentar o patrulhamento e a sabotagem, ainda dá tempo para Dilma construir um Novo Tempo.
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*Jota Alves é formado em Direito Internacional, Moscou. Criou o Dia do Brasil e fundou o jornal The Brasilians em Nova York. Foi do secretariado do governo de MT. Edita www.oreporternahistoria.com.br e www.odiadobrasil.com