Custo alto: 39 bilhões de reais (Plus). Benefício baixo: 7 medalhas de ouro, 6 de prata, 6 de bronze.
As Olimpíadas existem para os melhores disputarem com os melhores. Não é evento para amadores, sofredores, coitadinhos, perdedores. Vencedores não são educados com “o importante não é vencer, e sim competir”. Nas Olimpíadas, o gol, o que interessa, são MEDALHAS. E de ouro!
Jogos Pan Americanos, Copa do Mundo, Olimpíadas, Paraolimpíada (+ 250 milhões de reais) com a economia esfarelada é decisão de megalomaníacos. “Phoda-se”. Eu sou o Chefe. Ela é a Chefinha. Façam”. Em fevereiro, dinheiro pinta.
Somos educados com a cultura de resultados imediatos.
Em uma semana Marcia era a Deusa do Olimpo. Na outra, Neymar era Zeus. E, se, o goleiro não tivesse marcado aquele golaço defendendo o pênalti mal batido pelo alemão? A seleção não fez uma boa campanha. Ganhou por um triz. Vem ai as eliminatórias para a Copa do Mundo na Rússia.
A primeira participação brasileira foi em 1920 com 21 atletas. 1 medalha de ouro, 1 de prata, 1 de bronze. Décima quinta colocação. As três medalhas, no tiro, foram conquistas do Tenente Guilherme Paraense. Em 96 anos conquistamos um pouco mais de medalhas. Mas, não chegamos aos Top 10.
Eis o que diz a medalhista Ana Moser: O Reino Unido é um exemplo de como os resultados positivos dependem do incentivo ao esporte nas escolas. Os britânicos adotaram um projeto de legado esportivo sustentado na ampliação da carga horária da educação física nas escolas e na consolidação de uma estrutura voltada para amadores e crianças.
O resultado é visível: o Reino Unido ficou em segundo lugar no quadro de medalhas na Rio-2016, embora tenha uma população muito inferior aos Estados Unidos e à China.
Os estudantes britânicos chegam a ter cinco horas de educação física em 100% das escolas, enquanto no Brasil a média é de duas horas. “Em Londres, muitos atletas ganhadores de medalhas vieram do interior da Inglaterra, e não dos grandes centros”.
A Universidade e as Forças Armadas
Enquanto na Alemanha, Austrália, Estados Unidos, Inglaterra, as universidades são celeiros de craques preparados para mais sucesso na vida profissional, no Brasil, as universidades federais, estaduais, estatais, pouquíssimo contribuem com o esporte nacional.
Tomada de assalto pela militância “ideológica” a serviço de espertalhões políticos, a pratica esportiva não é prioridade. O que vale, quem se destaca é o militante que faz maratona de panfletagem, agito, protesto, mobilização. Terminam seus cursos sem corpore sano e com a mente esfarelada. Nem- Nem. Nem atleta, nem profissional de primeiro time.
Nas Olimpíadas Rio foram 145 sargentos- atletas. Quase um terço da delegação brasileira. Eles conquistaram treze medalhas.
A imagem do Brasil no exterior
Olimpíadas, pesquisa IBOPE concluiu: 13% ótima. 29% boa. 30% regular. 8% ruim. 16% péssima. 4% não respondeu. Sobre o quesito que mais me interessa A imagem do Brasil no exterior após as Olimpíadas será: 5% não respondeu, 7% não vai mudar, 31% mais negativa, 57% mais positiva.
40 anos no exterior, dos quais 30, no tambor do mundo, na competitiva e beautiful New York, lidando, fazendo, promovendo Brasil, sua cultura, negócios, esportes, músicas, artes, desenvolvi feeling para captar o que agrada e mexe com a mente, o corpo, o coração, de estrangeiros em geral.
Ninguém permanece por quinze anos consecutivos no mais famoso e caro Salão Nobre de Nova York (Waldorf Astoria), com um happening, o Carnaval do Brasil, sem delivery o que é bom, bonito, alegre. Que cativa e apaixona.
Quando abri o primeiro Brazilian Day, em 1985, na Rua 46-NY, eu disse: “Tenho consciência absoluta que criei um evento forever. Será para sempre. Onde 3 brasileiros se reunirem para celebrar o 7 de setembro, haverá um Dia do Brasil”. Quem defende e preserva a boa imagem do nosso país é o brasileiro anônimo, ou famoso. Políticos e governantes tem sido uma decepção. Mancham a imagem do Brasil. Este ano contamos 12 Brazilian Day. E mais exposições e celebrações 7 de setembro.
E o que entregamos? “Arroz com feijão”, bem feito. Escrevi, investi com sangue, suor e lágrimas, insisti, divulguei, promovi, o que temos de mais autêntico, com suas variações e conquistas: Carmen Miranda, Bossa Nova, Sergio Mendes, Vinicius, Tom, João Gilberto, Jorge Ben, Jair Rodrigues, Pelé, Falcão, Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Martinho da Vila, Seu Jorge, Daniela Mercury, Baby Consuelo, Garota de Ipanema….
E foi exatamente essa combinação de sons, cores, ritmos, que fez a mídia mais importante do mundo fazer referências positivas à Abertura das Olimpíadas. Meses antes escrevi e pedi a presença de Gisele. E perdemos momento único: Gisele terminar seu desfile estendendo a mão para Helô Pinheiro subir na passarela, com a voz de Frank Sinatra cantando The Girl from Ipanema. (Deixar a Garota de Ipanema na arquibancada, naquele momento de magia, foi erro de piloto).
O Maraca e o Planeta seriam sacudidos com um revival da boa imagem do Brasil. Mas, o complexo de vira-lata ante americano não sai facilmente. Avós e pais pro- soviéticos massacraram Carmen Miranda: “Vendeu-se aos Estados Unidos. Voltou americanizada”. Seus bisnetos, netos, filhos, sobrinhos, da esquerda bolivariana, mobilizada e patrulhada por corruptos, poderiam cair de pau se o Maracanã- mais uma vez- aplaudisse Frank Sinatra. Too much!
“A Garota dinamarquesa”: O que tem nessa música de vocês. É penetrante, vai na alma”.
Nada me deixava mais contente que mensagens, imagens, palavras, de astros, estrelas, celebridades, nos eventos que promovi em NY, nos EUA. De suma importância como divulgação e marketing. Nas Olimpíadas foram muitas. Destaco três:
O premiado ator inglês Eddie Redmayne: “Quando soube que a Gisele Bündchen iria desfilar, pensei “Uau, como vai ser essa entrada. De repente, ela apareceu simplesmente caminhando, deslumbrante. Aquilo com a Garota de Ipanema ao fundo foi de uma simplicidade genial. O que tem nessa música de vocês, hein? É penetrante, vai na alma. Desde que sai do avião, senti algo diferente. A alegria dos brasileiros, sobre a qual tanto ouvimos falar, é real”.
Simone Biles, 1.42 metro, 19 anos, leve, graciosa, empoderada, gentil, feminina, se exibiu ao som de Mas que Nada (Jorge Ben), a terceira música brasileira mais tocada no mundo: (Aquarela do Brasil e Garota de Ipanema). Ela disse “treino desde os 6 anos, gosto muito do samba”.
E para a turma jovem (e a velha) do jornalismo, principalmente o televisivo, viciados em repetir história da infância sofrida de atletas, do coitadinho que “roubava mortadela”, do explorado pela elite branca de olhos azuis, fazendo jorrar lágrimas de emoção verdadeira e também de crocodilo,
E para os atletas negros destaco o Vencedor, o Raio, Usain Bolt. Ele ensina: “Eu sempre coloco o meu país no topo e tento fazer o melhor que posso. Eu tenho que corresponder às necessidades do meu país. Faço o máximo possível e continuarei fazendo após a aposentadoria. Eu continuarei levantando o meu país”.
Olhem o que ele fez, sem blábláblá de inferioridade e apelo racial: “Mais que ônibus, palestras, pedi uma cláusula no contrato com a minha fornecedora de material esportivo exigindo a doação de uniformes para a equipe de atletismo da escola, todo ano”. A judoca da Cidade de Deus, o boxeador baiano, o ouro da canoagem, todos os nossos medalhistas podem repetir, e melhor, o que Bolt faz pela sua querida e bela Jamaica.
Trilha sonora:
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