Presidente Michel Temer deixe o seu ministro da Fazenda explicar o que é PIB, SELIC, Superávit, Pedaladas fiscais, inflação, deflação, balança comercial, Risco Brasil, Mercado financeiro, Lei de Responsabilidade Fiscal, Improbidade Administrativa, Reforma Tributária, Trabalhista…Tá cansando ver Vossa Excelência na TV repetindo isso. E mais disso.
O banqueiro Henrique Meirelles foi da equipe de Fernando Henrique Cardoso, de Luiz Inácio Lula da Silva. É mestre em economês. Essa fala é dele.
É a Economia, estúpido!
Em 1992, George Bush com 90% de popularidade era imbatível. Vice do presidente Reagan por oito anos. Ex- Chefe da CIA. Durante seu mandato: a Guerra Fria acabou. E a investida contra Saddam Hussein, vitoriosa.
Mas, todos nós, soon or later, tropeçamos numa pedra. James Carville, o marqueteiro dos democratas, foi pedra, martelo, e pá de George Bush. Ele ensinou: “Bill você tem que focar na vida dos eleitores, nas despesas domésticas. Mire no bolso do eleitor. James Carville lançou a frase- torpedo- mortal: “The economy, stupid!”. Para reforçar meterem um “it’s”.
Em português ficou “É a economia, estúpido!”. Não é frase elegante. Mas, quem é “educado” em campanha eleitoral? Bill Clinton, o desconhecido de Arkansas, virou o jogo. E mesmo com o caso Monica Lewinski ele ficou dois mandatos na presidência dos Estados Unidos. Por um triz livrou-se do impeachment.
É a Educação estúpido!
Já disseram: “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Tendo desfrutado do American way of life, discordo. Elaborei sobre o tema (procure no Arquivo- Repórter na História e no blog Claudio Humberto).
A Economia norte americana é sólida. Tem raízes estruturais que a nossa não tem. O calcanhar de Aquiles do Brasil foi, é, e continuará sendo, a Educação formal, escolar. Ficar o dia inteiro no Smartphone, internet, não significa adquirir conhecimento. O que se consegue é ser um conectado solitário. E nisso já contabilizamos milhões de brasileiros.
É a política, estúpido
Por que Luiz Inácio e Dilma se perderam, se auto- destruíram? Lula chegou a presidência com a faca e o queijo na mão. Apoio total de Intelectuais, imprensa, sindicatos, estudantes, povão. Ele prometeu reformas. Combate aos picaretas do Congresso e à corrupção. Aliou-se a picaretas e a corruptos. Explodiu o escândalo chamado Mensalão.
Dizendo que não ia para o sacrifício sozinho Lula foi tentar recuperar a sua imagem de fora para dentro. Aninhou-se nos braços de Fidel Castro, Hugo Chávez, Omar Kadafi, Ahmedinejad, e ditadores africanos. Errou no pulo ao procurar guarida no Terceiro Mundo quando não havia mais Segundo Mundo. Com discurso chavista, bolivariano, Lula distanciou o Brasil dos centros de Saber, Conhecimento, Ciência, Pesquisa, Tecnologia, Modernidade.
O presidente acidental
Vera Magalhães no jornal o Estado de São Paulo ensina que Michel Temer foi um político tardio. “Filiou-se ao PMDB com 40 anos. Ele nunca enxergou a possibilidade de chegar, pelos braços do povo, à Presidência. E que ao defender as Reformas propostas por seu governo, prefere ser impopular a agir como populista”.“Aprovar as reformas- tão impopulares quanto ele- seria um feito e tanto para um presidente acidental”.
Não há outro barro para fazermos o pote.
Não podemos chamar políticos suecos para governar o Brasil. Os nossos políticos são o que são. Michel Temer tem diálogo, apoio, de deputados e senadores. Politicamente ele vai bem!
Homem da engenharia partidária, tomara que Temer consiga aprovar reformas essenciais para o Brasil sair do atoleiro nas estradas e em todas as áreas da administração pública. Reformas que Luiz Inácio e Dilma Rousseff prometeram e não fizeram. Prometer e não cumprir é pior do que mentir.
Exatamente por ser um presidente acidental, de tempo curto, Temer tem que cercar-se de pensador, estrategista, analista, de homem- ideia, de modernidade. Criar um Brain Bank.
Ele é “acidental”, como José Sarney de Tancredo Neves. Itamar Franco, o “acidental” de Fernando Collor. O garotão caçador de Marajás era popular. Itamar Franco não ria. Não dava tapinhas nas costas. Não era um cara “simpático”. O impeachment despachou Fernando Collor para Alagoas. No governo de Itamar Franco saiu o Plano Real de excelentes resultados para o país.
Importante é comunicar-se bem e para o Bem.
Lula e Dilma usaram e abusaram de marqueteiros “ideológicos”. Vulgarizaram a instituição Presidência da República. O resultado é sabido. Neste momento da vida nacional, com esta herança de catástrofes, ideologia não é importante.
Psicologia é importante. Comunicar-se bem e para o Bem é mais importante. Lula comunicava-se bem, mas, para o Atraso.
Com seu ministro, Temer deve comandar a política cultural. Falo aqui de Cultura abrangente. Aquela que deve sacudir o país ao máximo: cultura financeira, cultura administrativa, cultura política, cultura prisional, carcerária, cultura alimentar (metade da população com excesso de peso, VINTE POR CENTO dos brasileiros são obesos). Cultura esportiva, musical…
Cultura da sociabilidade. Mundialmente famoso pelo seu bom humor e alegria, nesta última década, o brasileiro foi se embrutecendo. Grosseria, “falta de educação”, levam à violência, aos crimes. É da maior importância a cultura da hospitalidade, da confiança mutua.
Não foi a Economia que acabou com a União Soviética
Eu estava lá. Estudante, vivi os anos dourados da URSS. Estudo o assunto. Acabei de ler o Fim do Homem Soviético da laureada Svetlana Aleksievitch e começo o Túmulo de Lênin, de David Remnick. Mais e mais arquivos são abertos. Verdades afloram. Não foi a Economia que esfarelou a URSS- União das Republicas Socialistas Soviéticas. Não foi o blefe da Guerra nas Estrelas de Ronald Reagan que amedrontou os comunistas russos. Não foram a Glasnost nem a Perestroika de Gorbatchov, tentativas mal sucedidas de salvar o regime. Nem os porres e o alcoolismo de Boris Yeltsin que levaram ao fim da Estrela Guia dos Povos Oprimidos.
Foi o vazio cultural. Foi o realismo soviético castrando a criatividade, a individualidade artística, que levou o poeta Maiakovski (e muitos outros) ao suicídio. Etnias, raças, idiomas, culturas, foram juntadas em 15 repúblicas “autônomas” por Vladimir Lênin na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Mesmo com o enorme sacrifício de milhões durante a industrialização na marra, a coletivização do campo na baioneta e fuzil, a União seguiu em frente. A Segunda Guerra Mundial, a Guerra da Pátria, uniu todo mundo contra Hitler.
Em tempos de paz afloraram conflitos entre lituanos x russos, ucranianos x russos, asiáticos x europeus, muçulmanos x cristãos ortodoxos.Todos precisavam de ar, de espaço para suas músicas, suas bandeiras, seus idiomas, suas tradições, suas artes. Rompido o elo cultural, a União acabou.
Fafá de Belém ou Maria do Rosário?
Torcendo pelo sucesso da Primeira mulher na presidência da República enviei mensagens para Dilma Rousseff: “Presidente convide Adélia Prado, poetas, poetisas, atrizes, atores, escritores, cientistas, para um café da manhã, um chá, jantar”. Bill Clinton toca saxofone. Por ter veia artística, e para descontrair e aprender coisas fora da Casa Branca, ele levava em suas viagens internacionais, ator, atriz, músico, poeta, escritor…
“Querida Dilma Rousseff lhe será mais benéfico conversar com Caetano Veloso do que com Ruy Falcão, Stédile. Aprenderá a beleza do sorriso com Fafá de Belém não com a sua ministra- militante Maria do Rosário. Jante com Boni, Silvio Santos, Tiririca. Convide pastor, padre, padeiro, filósofo, DJ. De ângulos diferentes, saiba o que pensa o seu povo.
Fui mostrando que Ela deveria sair do cerco ideológico, da mobilização permanente. Do Atraso no pensar, no falar, no fazer. Estive no governo do meu estado. Sei o que é tentar desatar nó cego amarrado por políticos “ideológicos”, dogmáticos, donos da verdade. Não consegui.
Futebol e Artistas
Presidentes adoram ser fotografados com jogadores famosos. Getúlio Vargas gostava de dar uma escapulida do Catete aos teatros. Quando ouviu Ângela Maria cantar Vargas elogiou: “Ela é um sapoti”. Juscelino recebia artistas nacionais e internacionais. 1. Getúlio com a cantora Linda Batista. JK entre Armstrong e Ataulfo Alves. 3. João Goulart com os campeões de 1962. 4. O presidente Médici com a Taça do Tri.
Nunca vi Presidente da República homenagear em Palácio, jantar, coquetel: passistas, ritmistas, baianas, Velha Guarda, Carnavalescos, o povo que produz o maior espetáculo da terra. Carnaval não é ópio do povo. Corrupção é ópio do povo.
Sem saber a quem me dirigir enviei mensagens para Marcela Temer- Facebook sugerindo que o Primeiro casal parabenizasse as Escolas de Samba Tatuapé e Portela.
No centenário do Chacrinha, lembro: “quem não se comunica, se trumbica”.
Temer, livre-se de gente da cultura inútil. Para papo criativo convide Washington Olivetto, Nizan Guanaes, João Dória, Boechat, inovadores, empreendedores, músicos, artistas, poetas…
Crie canais de comunicação com o povo. Aproxime o Brasil de países e povos de sucesso. Convide um garoto fera em matemática para passar um Dia com o Presidente. Nos seus pronunciamentos à Nação inclua os brasileiros no exterior. Com trabalho honesto e eventos, Brazilian Day, Carnaval, eles limpam a imagem do Brasil emporcalhada por políticos e governantes corruptos. Use a internet. A sua SECOM parece não querer ser incomodada. Hackers existem. Existirão. Use tecnologia para livrar-se deles.
Trilha sonora:https://youtu.be/NqQVYEREIos
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*Jota Alves graduou-se em Direito Internacional, Moscou. Em Nova York, fundou o jornal The Brasilians. Promoveu por 15 anos consecutivos o Carnaval do Brasil no mundialmente famoso Waldorf Astoria Hotel. Criou o Brazilian Day. Em Mato Grosso, exerceu funções de Secretário de Governo. Edita www.oreporternahistoria.com.br. Com Adriana BH e Irene Poconé www.odiadobrasil.com