O gaúcho Getúlio Dornelles Vargas, nascido na fazenda Triunfo, São Borja, foi ditador do Brasil de 1930 a 1945. Quando fascismo, nazismo, comunismo, se alastravam pelo mundo, Getúlio apelou para o jeitinho brasileiro: criou a democracia autoritária.
Para garantir-se, nomeou interventores nos estados. No meu Mato Grosso, Júlio Muller, irmão de Felinto Muller, homem de sua confiança. Com a oposição interna apaziguada, Getúlio enfrenta os dois desafios ideológicos daquele momento mundial. Graças a Ele não caímos na malha do fascismo nem do comunismo. Getúlio inventou o nacionalismo a brasileira.
Quando necessário, aliou-se a Plínio Salgado, líder dos integralistas, seguidores do fascismo e do nazismo. À seleção brasileira que foi disputar a Copa do Mundo na Itália Getúlio disse:
“ Ides para um país que se renovou moral e materialmente. O italiano que se sentia deprimido antes do advento do fascismo, sente-se agora orgulhoso de sua própria raça. É esse o exemplo que deve guiar os esportistas brasileiros”.
A Coluna Prestes
Em 1924, Luís Carlos Prestes lidera levante tenentista no Rio Grande do Sul. Alia-se aos tenentes de São Paulo e cria a Coluna Prestes. Tendo percorrido 25 mil km pelo interior do Brasil, Prestes criou condições objetivas e subjetivas para em 1930 Getúlio tirar mineiros e paulistas do poder. O “café com leite”, substituídos pelo mate chimarrão e o churrasco. Gaúchos, o Caudilho e o Cavaleiro da Esperança, se entendem. Até que Prestes se declara comunista e vai estudar marxismo-leninismo em Moscou.
Cumprindo zadacha soviética, Prestes volta ao Brasil- in love com a sua segurança, e mulher, a alemã Olga Benário- para liderar a malograda Revolução Comunista de 1935.
Tortura institucional
Sentindo-se traído pelo conterrâneo Prestes, Getúlio aprova a Lei de Segurança Nacional, o Tribunal de Segurança Nacional, dissolve a Aliança Nacional Libertadora. Manda o seu Chefe de Polícia, Felinto Muller, descer o sarrafo em comunistas, insurgentes, gente da esquerda. A tortura foi oficializada. Prestes é preso. Empolgado pela fama de Hitler, Getúlio deporta Olga Benário. Ela morre em campo de concentração nazista.
“Voto não enche barriga”.
Ditador, Getúlio flerta com o fascismo de onde copia a Carta Del Lavoro, (Carta do Trabalho). Cria sindicatos com controle estatal (como na Itália fascista). O imposto sindical. O Ministério do Trabalho. Decreta o salário mínimo.
Mesmo dizendo que “voto não enche barriga”, Getúlio, o Pai dos Pobres, cria eleitores. Testa a popularidade, azeitada pela máquina da Propaganda, no seu primeiro grande comício de “massas” no estádio São Januário.
Nossa Senhora Aparecida
Sem opositores consistentes, Getúlio acelera o nacionalismo a brasileira. Cria o Dia da Raça com ênfase na harmonia étnica, valorizando a mestiçagem. Perseguidos pela polícia, samba e capoeira, são reconhecidos como expressões artísticas do povo. Oficializa uma santa negra, Nossa Senhora Aparecida, A Padroeira do Brasil. Cria a Companhia Siderúrgica Nacional com indústria de aço em Volta Redonda. Lança a Marcha para o Oeste. Cria os territórios de Rondônia e Ponta Porã.
Depois da Alemanha, Estados Unidos e Rússia.
Em 1942, rompe com os integrantes do Eixo. Aproxima-se dos Estados Unidos. Autoriza base militar no Rio Grande do Norte. Recebe o presidente Franklin Roosevelt. Parabeniza o povo russo por seu sacrifício e valentia.
Pressionado por militares, sindicatos sob a influência do PCB, estudantes, cria a Força Expedicionária Brasileira. Um ano antes do final da Segunda Guerra Mundial soldados brasileiros lutam na Itália ao lado dos aliados.
Trabalhadores do Brasil
Capta a importância do rádio criando a Voz do Brasil pela qual se dirigia não conclamando Operários e Camponeses, como faziam os comunistas, mas, sim com o seu: Trabalhadores do Brasil. Cria o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). A Rádio Nacional, com programas de auditório para alegrar o povão. Institucionaliza a censura.
“O Senhor irá à presidência porque eu quero”
Com a derrota do nazifascismo, com o poderio militar- industrial dos Estados Unidos em crescimento, novas tecnologias e desejos de consumo, com o surgimento da Guerra Fria, a democracia autoritária de regime pessoal não dava conta das demandas brasileiras.
Getúlio articulou para manter-se no poder. Tenta acordo de seus dois partidos, PSD e PTB, com a banda nacionalista da UDN. O Queremos Getúlio ganha força. Porém, não dava mais.
Deixou o poder mostrando força. Disse ao meu conterrâneo, General Eurico Gaspar Dutra: “Mandei o Benedito Valadares levantar a sua candidatura em São Paulo, a batalha está ganha. O Senhor irá à Presidência da República porque eu quero”.
Voltou de São Borja. Venceu as eleições presidenciais. Matou-se em 24 de agosto de 1954.
Suicídio, assassinato, mito
Getúlio viveu com regras do machão brasileiro. O mito, o “assassinato”, fanatismo, mentira, verdade, estão sendo revelados. Os inimigos externos, Carlos Lacerda (o Corvo), “mataram” Getúlio Vargas? Foi o capitalismo norte-americano que fez Getúlio apertar o gatilho as 8.30 de 24 de agosto de 1954, ou, causas biológicas e genéticas? O suicídio do filho Maneco, e recentemente, do neto, nos conduzem à sina suicida dos Vargas, desde o século 19.
Neste Brasil, de poucas pesquisas, volta-se agora para pinçar aqui e ali “avisos, alertas” do DNA suicida de Getúlio. Ele foi preparando o caminho, e se justificando, para o ato supremo. Deixar bilhete, carta- testamento, faz parte do enredo suicida.
“Tenho a plena certeza de que serei eleito, mas, sei também que, pela segunda vez, não chegarei ao fim de meu governo. Terei de lutar. Até onde resistirei? Se não me matarem, até que ponto meus nervos poderão aguentar“?
Se, Getúlio Vargas era um suicida nato, cai por terra os dogmas, mantras, doutrinas, do “assassinato” dele, por ter criado a Petrobrás, por defender o povo.
Sou da geração o “Petróleo é nosso”.
Sou da criação da Mocidade Trabalhista, de Mato Grosso. Fundador da ACES e da UME. Secretário-geral da UESB- União dos Estudantes Secundários de Brasília.Secretário-Geral da Mocidade Trabalhista do Brasil com Danilo Groff na presidência e Vicente Goulart na Tesouraria.
Sem a memória de Getúlio, o seu partido, a Carta- Testamento, o Petróleo é nosso, eu não teria me formado em Direito Internacional na União Soviética, (o sonho era Geologia, o curso mais badalado do momento).1. Celebrando o fim do curso com colegas da universidade Patrice Lumumba. 2. Orador da turma de estudantes brasileiros, em banquete de despedida com o Reitor da Universidade, professores, amigos.
Getúlio Vargas foi um Grande Líder brasileiro. Teria sido ele assassinado a mando do capitalismo norte-americano por criar a Petrobras, em 1953? Mas, em 1938, ele já havia criado o Conselho Nacional do Petróleo.
Milhões foram seduzidos pela Carta- Testamento. Milhares se aproveitaram (aproveitam), se enriqueceram, fazem carreira política, à custa dele. Devemos cultuar a memória do líder Getúlio Vargas, mas, condenar o mito que travou- trava o Brasil?
Verdade, mentira, delírio, fanatismo? Mito, misticismo, fanatismo, radicalismo,terrorismo, sacodem o mundo. No Brasil, vivemos nessa areia movediça moral, econômica, social, pela influencia nefasta de mitos, mitólogos, espertalhões, corruptos, “guerreiro$ e guerreiras do povo”.
Estaria Virginia Lane demente? Delirando? Por que a Rádio Globo fez alarde da entrevista com ela? Por que duvidar da vedete, se recentemente, gritaram que o Juiz Sergio Moro “matou” a Marisa, de Lula. “Que a elite que matou Getúlio é a mesma que persegue Dilma Rousseff e Lula”. Em Moscou, ouvi que “médicos judeus mataram Stálin”.
Virginia Lane: “Fui amante dele por 15 anos. Eu estava na cama com Getúlio quando entraram e mataram ele. Vou contar detalhes no livro que estou escrevendo. (O livro nunca foi publicado).
“EU MORRO DIZENDO A VERDADE!“. Virginia Lane, famosa por suas pernas, tinha 87 anos quando deu a entrevista bomba à Rádio Globo. A vedete, cantora de carnaval, morreu aos 93 anos em 10 de fevereiro de 2014. A entrevista dela navegando pela web!
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