15/01/2021
O Vice- Presidente João Goulart teria assumido a presidência da República, sem grandes transtornos, se, não estivesse na China comunista, quando, em 25/8/1961, Jânio Quadros renunciou à Presidência. ( João Goulart com Chu-En-Lai, o “cérebro” da revolução chinesa)
Jango não colocou lenço vermelho no pescoço.
Nascido e criado nas profundezas gaúchas, o diálogo moderado de João Goulart era amplíssimo com: militares, arcebispos, empresários, intelectuais, sindicatos, estudantes, camponeses…João Goulart tinha postura de Presidente.
Jânio disputou a presidência com o Marechal Henrique Teixeira Lott, chamado de nacionalista. Com apoio do PCB, sindicatos, Ligas Camponesas, estudantes. A dupla Jan Jan, venceu.
Na presidência, Jânio Quadros, (nascido no meu Mato Grosso original) criou factoides: traje safári para funcionários, proibiu biquíni na praia, rinha de galo, se comunicava com assessores por bilhetes, gostava de beliscar a bunda de secretárias…
Eis que de repente: Jânio escandaliza, condecorando dois ícones comunistas: Che Guevara e Yuri Gagárin. ( Che Guevara, não era unanimidade. O cosmonauta Yuri Gagárin, sim, pelo seu feito a serviço da humanidade).
E, quando Ele renunciou à presidência da República (crendo que o povo sairia às Ruas implorando por sua volta) os ministros militares, que o apoiavam, lavaram as mãos, e o deixaram ir embora.
Mas, todo lunático alucina alto. Jânio armou o “cipó”. Cuba era a Menina dos Olhos do comunismo internacional. Falava-se na exportação da revolução. A URSS bombando com suas conquistas tecnológicas abrindo-se para o mundo. A China atacava a União Soviética (que lhe matava a fome e doenças). Rachava partidos comunistas, criando dissidências irreconciliáveis. Dava dinheiro para neo- comunistas.
Jânio se dava bem com Jango. Por que um Presidente que já pensava em renunciar, não conversa, não avisa, seu Vice? Ou Jânio pirou de vez, ou jogou mal e perdeu: “Os militares não aceitarão Jango próximo dos comunistas. Pedirão a minha volta”.
A Guerra é Fria, nos filmes, nos livros, nas universidades, nas teses partidárias, na militância romântica. Mas, é QUENTE e sangrenta, nos bastidores, nos confrontos. Sei o que escrevo, e falo. Fui mensageiro da “Guerra Fria”. Sou fruto dela!
Nos anos 60/70, presidentes, analistas, especialistas, estrategistas, fazedores, da Guerra Fria, eram unânimes: para onde o Brasil pender, penderá a América do Sul.
E foi Guerra Fria e ameaça comunista que fizeram João Goulart ficar 31 dias vagando pelo mundo até chegar ao seu país, e aceitar o Parlamentarismo, para governar.
E como bom negociador, Jango voltou ao regime presidencialista. Mas, foi tirado do poder em abril de 1964.
Há controvérsias: por que João Goulart insistiu, insistiu, que sua viagem à China fosse confirmada por escrito? Qual o canal do convite? Quem agendou a viagem? Por que a China convidaria, se nem café chineses tomavam e o Brasil não exportava soja, grãos. A China não produzia nada que pudesse interessar. ( João Goulart oferece um cigarro brasileiro para Mao-Tse-Tung).
Jango estava em Cingapura quando agencia americana de notícias (Associated Press, conhecida por trabalhar para a CIA), por telefonema, confirmou a renúncia de Jânio. Naquele momento crucial para o Brasil, em alvoroço, por que o avião presidencial pediu pouso à China, quando poderia ter voado para a França, como de fato fez, dias depois, da China?
Além do maluco Jânio Quadros, quem mais usou João Goulart naquela estúpida viagem- provocação à China?
A ida do Vice- Presidente João Goulart à China, continua comentada, enaltecida, por simples- militante- saudosista viés ideológico.
A China rompeu com a URSS colocando soldados na fronteira. Reagiu mal ao reatamento das relações Brasil- União Soviética.
A ida de Jango à China, naquele momento mundial, não passou de uma provocação. Não dele. Mas, do seu entorno ideológico. Tumultuou sua posse. Inviabilizou seu governo. Resultou no Golpe/Revolução de 1964.
Aquela desnecessária viagem à China, abriu o Brasil para os caminhos do anarquismo, da ideologia da corrupção, do banditismo político/eleitoral, e para o vírus chinês.
*Escrevo do que vivi. Líder estudantil= Secretário Geral da UESB- União dos Estudantes Secundários de Brasília. Líder político= Secretário Geral da Mocidade Trabalhista do Brasil. Eu estava lá, no miolo, e nas pontas, daquele momento da história que me jogou para o mundo.
*Atualmente, e daqui para frente, a má conservada e desrespeitada história brasileira, arquivada por militantes, está/será contada pelo Google, Enciclopédias estrangeiras. Aproveite estes momentos com o Repórter na História. Ver Jota Alves e Jotany/FACEBOOK
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