O tabu foi quebrado. Sempre se disse que o brasileiro é patriota de arquibancada. Que levanta a bandeira e canta o hino com mais entusiasmo em jogos da seleção. No último 17 de abril “a moçada bronzeada mostrou seu valor”. Descobrimos que temos sim uma torcida política vibrante, como a torcida pela seleção.
Sem baderna, sem pancadaria, sem sangue, vermelhos e amarelos foram a campo na maior partida cívica do país. Os 342 gols do impeachment da presidente Dilma foram marcados durante o tempo regulamentar. Não teve cartão amarelo. Expulsão de campo. Não teve pênalti. Os deputados, cada um com sua defesa, ataque, drible, chute, jogaram bem a partida democrática.
Teste o seu BRA. Quais as imagens da torcida do futebol e da torcida política?
Se a TV Globo, a TV Record, a TV Silvio Santos, A BAND, abertas ao público, tivessem programas semanais de debate político, em horário nobre, o brasileiro, principalmente, o das regiões mais remotas, estaria permanentemente bem informado. Assim como ele – ela, ficam horas vendo novela, futebol, besteirol, eles ficariam, sim, vendo o debate político, entendendo o processo eleitoral, para então escolher candidatos.
A TV tem sido a grande educadora do brasileiro. Dita moda, estética, comportamento, ética, costumes. Mas, lá em cima está a frase lapidar de Gabriel Garcia Marques, jornalista e escritor, prêmio Nobel de Literatura, resumindo que noticiar não é informar. E que no Brasil de tantas manipulações e mentiras políticas o informativo sem o opinativo é desserviço ao país, contribui para manter espertalhões e corruptos no poder.
A TV Globo com a equipe do Jornal Nacional, marcou um golaço, não somente de audiência, 34 pontos com mais de 83 milhões de espectadores, mas, de civismo, ao transmitir os debates e a votação do impeachment. Ponto também para a TV RECORD. Silvio Santos, sempre topando tudo por dinheiro, preferiu transmitir o programa da insossa Eliane. Com a sua audiência de auditório a SBT ficou em segundo lugar com 15 pontos. Ou seja, jornalismo investigativo e debate político dão IBOPE!
Mas, foram as redes sociais o grande vilão de Dilma Rousseff. A internet, “criação maligna do Império”, governado com sucesso, pelo Negrinho de Washington, como repetia Hugo Chávez, herói, líder, irmão, de Lula, o Criador e Mentor de Dilma, levou milhões às Ruas, e fez o Brasil do Atraso, do Mito, saber do fracasso econômico e ético do governo.
Ministra da Casa Civil, presidente do Conselho de Administração da Petrobras, com Lula viajando abraçado com Omar Kadafi, Ahmedinejad, Evo Morales, Hugo Chávez, distanciando o Brasil dos centros de Saber, Tecnologia, Pesquisa, Ciência, Modernidade, com um vice presidente inútil, Dilma Rousseff era a Gerentona que impulsionaria o país a níveis nunca antes alcançados. Em ritmo de trem-bala.
“Não posso me preocupar com pequenas ilegalidades”
E nesse tempo de gloria antecipada ela disse a frase que viajou pela web como um raio cicatrizando o seu perfil para sempre. Avisada que havia trambique e safadeza em contratos da Petrobras, ela respondeu, bem no estilo do seu Criador: “Não posso me preocupar com pequenas ilegalidades”.
As merrecas de Lula e as pequenas ilegalidades de Dilma transformaram-se em padrão ético do governo. Exatamente pela escola e jeito Lula Dilma de governar é que o ministro da justiça, Advogado Geral da União, não encontra dolo, não vê crime de responsabilidade, que justifiquem o impeachment. Cada governo cria o seu termômetro para medir o nível febril de corrupção. Se, a Lava Jato 2 investigar o rombo já calculado de 6, 26 bilhões nos Fundos de Pensão, o país e seus pensionistas e aposentados saberão que o escândalo é mais Fundão que o Petrolão.
Dolo, crime de responsabilidade?
Chegamos ao nível moral da “mão na massa”. Difícil presidente da República ser apanhado em flagrante com a “mão na botija” . Para isso ele, ela, tem assessores, compadres, amigos, laranjas, dentro e fora do país. Em sendo assim, sem culpado, a roda da corrupção gira, girando, gira. E, aí em defesa do indefensável criam e repetem mantras: a culpa é da crise, do Obama, da direita, dos golpistas, do Barbosa, do Moro…
Tragédia anunciada é estudante de Direito, futuro Homem da Lei, repetir a cantilena que Dilma não praticou crime nenhum. Pior ainda é ver mobil-izados doutrinados por “intelectuais” da velhíssima esquerda gritar que o Juiz Moro é fascista, golpista.
Mas, o gigante está acordando. E a luta não é apenas contra Lula, Dilma, e a banda podre que ocupou o governo e seu entorno. Tem mais:
Mudar o sistema político-eleitoral e o pacto federativo que trava a nação. Fazer as reformas estruturais que Lula prometeu, e não fez. Manter e ampliar benefícios sociais (sem que para isso seja preciso corromper, roubar) é tarefa de gigante.
Mas, se a grande maioria do povo segurar a bandeira da legalidade. Entender que na democracia, para cada direito, uma obrigação. Que ninguém pode estar acima da Lei. Que colocar corrupto, passivo ou ativo, de grande ou pequena ilegalidade, na cadeia, não é perseguição nem golpe político. O brasileiro dará bons exemplos ao mundo, como em 17 de abril de 2016.
No exterior, criei e passei lindos momentos verdeamarelo. A primeira edição do jornal The Brasilians. Hastear a primeira bandeira brasileira na Rua 46 dando a largada para a Prefeitura de Nova York institucionalizar a Little Brazil no centro da mais importante cidade do mundo. Criar e abrir em 1985 o primeiro Brazilian Day, dedicado a Tancredo Neves. Em 1988, dedicado a Ulysses Guimarães é à nova Constituição. Ver, com soluços de emoção, brasileiros chorando ao ouvir o Hino nacional, pela primeira vez executado numa Rua de NY, beijando a verde e amarela. E neste grande momento de civismo nacional, que espero continue na mente, nos corações, e nas ações futuras!
Trilha sonora:
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*Em Nova York, Jota Alves fundou o jornal The Brasilians em dezembro de 1972 e criou o Brazilian Day em 1985. Formado em Direito Internacional em Moscou.
Exerceu as funções de Secretário de Governo em Mato Grosso. Edita www.oreporternahistoria e com Adriana www.odiadobrasil com.