Um livro para a presidente

 

Trilha sonora: Sahara Essence (Instrumental Arabic Music)

 

“Sou o mestre da Líbia. Todos os líbios me pertencem, inclusive você”.

 “Em seguida, ele a joga sobre um colchão e a estupra. Um choque tão grande. Uma violência tamanha, que ela pensa ter perdido os sentidos”.

 No final, ele fez algo que jamais fizera. “Levou-me até a jacuzzi, me mandou segurar nas bordas e urinou em mim”. Degradante? Leia o livro. 

 Quando O Guia, o Mestre visitava as escolas a senha para as guarda-costas era quando ele acariciava os cabelos de uma menina. “Essa eu a quero”.

 “Ela me tomou pelo braço e me conduziu a um laboratório, onde uma enfermeira loura colheu um pouco de sangue. Depois Fathia me fez entrar num banheiro. Tire a roupa. Você está poluída. È preciso tirar tudo. O pelo do sexo nós deixamos. Vestiram-me com um penhoar. Vamos vesti-la apropriadamente e maquiá-la para que você possa ver papai Muamar. Ele vai se deitar com você. “Vai abrir você”. È inacreditável que um Chefe de Estado faça isso com uma menina? Leia o livro.

Kadafi estava nu sobre a cama. Tapei os olhos e  fui recuando. Virei-me e Mabruka estava ali, com uma expressão dura. Entre, disse ela, me empurrando. Então ele me agarrou pela mão e me fez sentar a seu lado na cama. Eu não ousava lhe dirigir o olhar”. 

“Vira pra cá puta! Ele se levantou.. pegou-me pelo braço e me jogou na cama antes de se deitar sobre mim. Eu gritava e me debatia. Ele mordia no pescoço, no rosto, nos seios. – Não se mexa sua puta imunda! Nojento? Continue lendo: “Ele me deu uns safanões, apertou meus seios, depois levantou minha camisola e imobilizou meus braços, penetrando-me violentamente. Sangrei muito”.

“Ele pegou uma toalha vermelha passou-a entre as minhas coxas e se dirigiu ao banheiro. Mais tarde vim, a saber, que esse sangue lhe era precioso para um ritual de magia negra. Sangrei durantes três dias… no quarto dia, Salma disse: “o mestre está te chamando”. Horrível? Leia o livro.

 “E ele recomeçou com a mesma violência e as mesmas palavras degradantes. Sangrei muito. No quinto dia levaram-me pela manhã… Ele colocou uma fita cassete num gravador velho… Vai puta, dança ai. Dança…E batia palmas…continua vadia. Naquele noite ele me forçou a fumar. Disse que adorava ver mulheres tragando cigarro. Ele acendeu um e colocou na minha boca. Solta!. Eu tossia, e isso o fazia rir- Vai, outro. -Aspira. Agora solta a fumaça. O Líder fazia isso? Leia o livro.

 “No sexto dia, ele me recebeu com uísque”.

 “Está na hora de você começar  beber, minha puta! Era Black Label… sempre ouvi que o Corão não permitia que se bebesse álcool e que Kadafi era muito religioso. Na escola ou na TV, ele era tido como o maior defensor do islã. conduzia preces diante das multidões. Vê-lo bebendo uísque era inacreditável. O pai dos líbios… Um choque sem precedentes… Bebe vadia..vai bebe, é como remédio…O irmão fazia isso? Leia o livro.

                                       

Galina Kolotnutskaya recolhia sangue das garotas que seriam estupradas por Kadafi que não confiava a sua saúde a líbios. Ela revezava com Elena e Claudia no atendimento pessoal ao Guia. Havia 3 mil médicos e enfermeiras ucranianos na Líbia. Quando estourou a revolta sob o pretexto de levar sua mãe doente para a Ucrânia Galina foi e não voltou. Jornais, revistas, editoras, canais de TV, oferecem milhões pelas histórias de Galina.

“Arranje uns DVDs para essa vadia, para que ela aprenda seu trabalho… aqui estão os pornôs. O mestre vai ficar furioso se você não estiver no ponto. Olhe bem e aprenda. È seu dever de casa… Suba do jeito que está eram oito horas da manhã e eu dormira apenas algumas horas… seu mestre quer vê-la… Vem pra cama, vadia… ele arrancou minha roupa e partiu pra cima de mim com violência… viu os filmes vadia? Pois agora vai fazer igual… ele urrava e me mordia inteira. Violentou-me mais uma vez”.

 “Cheira vadia. Cheira, faça como eu”

 “Se levantou para degustar seu dente de alho, que lhe conferia constantemente um hálito detestável… no meio da noite, a chefe veio me procurar. Seu mestre quer te ver. Ela abriu a porta e me empurrou em sua direção. Ele me fez dançar e depois fumar. Usou um cartão de visitas para fazer uma fileira de um pó branco muito fino. Pegou um papel, enrolou e aspirou pelo nariz. – Vai, faça como eu. Cheira vadia. Cheira. Você vai ver no que vai dar. Tossi, tive náuseas- È porque você cheirou pouco”.

 A presidente do Brasil tem que ler o livro.

 

Todas as mulheres no primeiro escalão do governo têm que ler o livro. Todas as ativistas de direitos humanos têm que ler o livro. Todas as minorias “ideológicas” têm que ler o livro. Todos os nossos diplomatas têm que ler o livro. Mulheres e homens do Brasil devem ler o livro de Annik Cojean: O Harém de Kadafi. Título que eu traduziria para O estuprador Kadafi. O terrorista de homens e mulheres. Kadafi, cachorro louco.

 A corajosa jornalista contou com o respaldo do mundialmente respeitado jornal Le Monde. De revistas da mulher como Elle. Marie Claire. Os depoimentos chocam qualquer ser humano. Em mim que o li de uma sentada despertou nojo. Asco. Revolta. Frustração. Indignação. E vergonha pelo apoio que o Brasil, através de seu presidente, deu ao canalha à frente da Líbia com 42 anos de repressão. Tortura. Assassinato. Corrupção. Magia negra. Estupro de mulheres e homens.

Um louco a quem Lula glorificou de “meu irmão e líder” 

O sanguinário foi caçado como gambá fedorento. Como uma hiena pestilenta. Minutos antes de sua morte o estuprador foi estuprado com um cano de ferro. No Brasil, exonerar, demitir, remanejar, basta. Depois do mal feito e da sentença poucos ficam na prisão. Estupradores voltam às ruas. Às salas de aula. Corruptos voltam ao parlamento. Fecham negócios milionários com o governo como se nada tivesse acontecido.

        

 Antes das entrevistas e encontros importantes, assim como antes de qualquer aparição pública, Kadafi  fumava haxixe e cheirava cocaína. Ele detestava contatos de mãos e abraços. Sempre com a boca seca. Olhos empapuçados. Quase sempre estava dopado….

 Entre nós é moda “blindar” políticos, suas secretárias, parentes, companheiros, sócios, aliados. Na cultura da impunidade poucos vasculham o legado de filhos da puta que deveriam ir para o quinto dos infernos. Morreu? Esqueçamos dele/a. Na herança maldita ninguém quer tocar. “No fundo, é vocação do jornalista trabalhar com temas que desagradam trazer informações que perturbam revelar verdades que enfurecem”.

 “Nosso ofício não é agradar nem prejudicar, mas pôr o dedo na ferida” disse Albert Londres, patrono dos repórteres franceses. O livro não é de ficção. Não é sensacionalista. È revelador. Usarei aqui parte dos depoimentos colhidos por Annick Cojean de importantes figuras do antes, durante, depois, Kadafi. Testemunhos para a história desse nosso mundo que ainda abriga mentirosos, canalhas, usurpadores, estupradores de hímens e da consciência de grande parcela de seus povos. È  preciso desmascará-los sempre. Na vida e na morte!

 O estupro como terror e arma 

 Mohammed al-Alagi, ex-ministro interino da Justiça, presidente do Conselho Supremo das Liberdades Públicas e dos Direitos Individuais da Líbia, foi presidente da Ordem dos Advogados de Trípoli: “Kadafi estuprou em grande escala. E ordenava estupros de homens e mulheres. Um monstro sexual, perverso e muito violento. Nos últimos dias de sua vida, mesmo cercado, desprotegido, ele não se continha. Violentou rapazes de dezessete anos diante de suas guarda fiéis”.

“Que se faça justiça a cada uma das vítimas de Kadafi. Seria o mínimo. È preciso que este seja um objetivo do novo regime. Quero que se realizem levantamentos, auditorias públicas, condenações, reparações. Para ir adiante, reunir a sociedade e construir um Estado, o povo líbio deve saber o que se passou durante quarenta e dois anos. Kadafi fez de todos nós escravos. Regurgitou sobre seu povo, destruindo nossa cultura, varrendo nossa história, impondo a Trípoli o nada do deserto”.

Ele desprezava o saber e o conhecimento. Ele tinha que ser o centro do universo

       “Ele se queria único, não suportava nenhuma concorrência ou comparação, impedia que de seu país sobressaísse algum nome que não o seu… os jogadores de futebol só podiam ser citados pelo número da camisa. O ensino das línguas ocidentais, como inglês e francês, fora banido no início dos anos 1980… quanto à história da Líbia, ela simplesmente começava com o Guia…

A idéia de intrigar o mundo se apresentando como o único chefe de Estado a se cercar de uma guarda inteiramente feminina vinha ao encontro dessa ambição”.

 “Sim, ele corrompeu a sociedade líbia, fazendo da população vítima e cúmplice ao mesmo tempo, e transformando seus ministros em marionetes e zumbis. O sexo foi um meio de poder: “você trate de baixar a cabeça e me obedecer, ou violento você, sua mulher e seus filhos”. O estupro foi uma arma política”. Delirava ser o Rei dos Reis.

 “Pílulas que nos deixavam doidos, aguardente e haxixe”.

 “Entrevistei também estupradores. Dois pobres sujeitos, de vinte e dois e vinte e nove anos, alistados nas tropas de Kadafi, que estremeciam, com o olhar fugidio, ao contar em detalhes seu crime. Era uma ordem, disseram. Eles recebiam umas pílulas “que nos deixavam doidos, aguardente e haxixe”. E seus chefes os ameaçavam- às vezes se estrupava a família inteira. Meninas de oito, nove anos, garotas de vinte anos, a mãe delas, às vezes na frente do avô. Elas urravam e a gente fazia com violência. Ainda dá para ouvir os gritos delas. Mas o chefe da brigada insistia: estupra, espanca, filma. E mandava aquilo pra os homens dele”.

 “Mussa Kussa, seu ex-ministro de Relações Exteriores, afirma tê-lo visto ordenar “primeiro estupra, depois mata”.

“ Mansur Dau, o temido Chefe da Segurança, ficou ate o fim ao lado do Guia líbio:” O Senhor sabia que Kadafi praticava violência sexual contra jovens e garotas”? Não nego, nem confirmo. Todo mundo tem direito à privacidade. ” Privacidade? È possível falar em vida privada quando relações sexuais são praticadas sob coação, cumplicidades se multiplicam e os serviços do Estado estão envolvidos?

“O que pensava um oficial de alta patente, como o senhor, ao ver seu líder desembarcar diante de Chefes de Estado cercado de guarda-costas mulheres,  maior parte das quais eram jovens amantes sem formação militar? Eu não era responsável por essas viagens e me recusava a tomar parte delas. O Senhor não se sentia insultado por esse engodo? O que eu poderia fazer? Eu não detinha o monopólio do exército líbio. Se tivessem pedido minha opinião, a Academia Militar Feminina jamais teria existido… mas acima de tudo acredito que foi a academia que lhe deu a idéia de usar as mulheres para outros fins”.

“E como essa atividade se organizava? Era protegida pela cortina do serviço do protocolo (Cerimonial), dirigido por Nuri Mesmari, que chegava a ter a audácia de se pavonear num uniforme de general e que era chamado de “general das putas”. Ele procurava mulheres em toda parte. Era sua especialidade e sua principal função. Chegava a pegar prostitutas de rua. O Senhor sabia que ele obrigava alguns ministros a ter relações sexuais com ele?”

“Não me surpreendo. Há tanto ambiciosos por ai. Tinha até aqueles que, para obter favores, estavam dispostos a entregar a mulher ou a filha! Isso é o cúmulo da desonra na cultura líbia. È a marca do sub-homem. Ele chegou a tentar estuprar esposas de primos. È preciso não ser homem para aceitar que alguém toque em sua própria mulher. E como se deve reagir? Matando o estuprador. Ou então impondo a morte a si mesmo”.

 Ele governava, humilhava, escravizava e sancionava pelo sexo.

“Posso ter todas elas”. Mas, não era  bem isso o que mais lhe interessava. O que o excitava profundamente era possuir, por uma hora, por uma noite ou por algumas semanas, filhas ou esposas de homens poderosos ou de seus oponentes. A questão estava menos em seduzir a mulher e mais em humilhar, por meio dela, o homem responsável por ela. “Não há ofensa pior na Líbia”. E com isso espezinhá-lo, aniquilá-lo “… detestava pessoas que, naturalmente, possuíam o que ele jamais teria: cultura, poder e boas maneiras”.

 “Ele era capaz de coagir ministros, diplomatas, chefes de estado, militares de alta patente, a ter relações sexuais com ele”.

                                             

Eles não tinham escolha, pois a recusa lhes renderia uma condenação à morte, e o ato pelo qual ele manifestava seu total domínio era de tal maneira vergonhosos que ninguém viria dar queixa ou tirar partido de sua condição de vítima”.

Mas era pela vontade de possuir as filhas que ele se superava. Que triunfo quando essas moças finalmente chegavam a ele. “Que influência ele teria sobre o pai delas”.

  “A situação das mulheres militares de Kadafi era triste e patética”

             

 Berlusconi também cheio de escândalos sexuais admirava as guarda-costas de Kadafi de quem, dizem, aprendeu o bunga-bunga: “o homem fica amarrado, imobilizado, enquanto mulheres dançam em gestos eróticos, ao redor dele”.

“A vice-ministra do Bem-Estar Social, Najwa al-Azrak, que prepara um dossiê sobre as Amazonas. ” A  Academia Militar Feminina era um mero ardil para ter acesso às mulheres. Depois, à medida que encontrou outros meios para isso, desinteressou-se pela academia e a escola entrou em declínio. Símbolos de seu regime. Odiadas pela população e pelos rebeldes. “As guarda-costas- que a imprensa internacional apelidou de “amazonas”-em muito contribuíram para sua lenda e glória midiática”.

 

            

“Elas causavam uma impressão tão forte quando a dele, com seus trajes cada vez mais excêntricos, seus óculos de estrela do rock, a cabeleira espessa desalinhada e o visual de viciado em cocaína cheio de botox e sempre maquiado.

“Serviam-lhe de estandartes e de ajudantes, atraindo fotógrafos e fascinando chefes de Estado e ministros… assim ele confirmava sua originalidade no cenário mundial. Megalomaníaco, provocador, ele atribuía importância considerável à sua imagem e à encenação que amparava suas aparições e discurso. , atrizes, jornalistas, modelos, filhas ou esposas de homens importantes, de militares, de chefes de Estado. Um pequeno cômodo contíguo ao seu escritório servia de caverna de Ali Babá… cheguei a ver malas Samsonite cheias de dólares e euros, caixas de jóias, parures de ouro, colar de diamantes” #

 

                          

 Na próxima semana: O mundo sabia das loucuras de Kadafi. Os embaixadores do Brasil não sabiam das atrocidades? Por que o Itamaraty não aconselhou o presidente do Brasil a evitar elogios públicos comprometedores à imagem do nosso país tipo: “meu irmão, líder, companheiro Kadafi”? Apenas relações de Estado. Por que o Brasil seguiu Hugo Chávez nas relações com Kadafi?

Divulgue. Encaminhe as boas novas opinativas: www.oreporternahistoria.com.br

oreporternahistoria@gmail.com

 

.