De quem é a pátria de chuteiras? Do comunista? Do capitalista? Do anarquista? Do padre? Do pastor? Do Fernando Henrique Cardoso? Da Dilma? Da Marina? Do político espertalhão, demagogo? Do Chico Buarque? Do Lobão?
Quando a pátria está de chuteiras ela é do vascaíno. Do flamenguista. Corintiano. Do Grêmio. Do Internacional. Do Rivelino. Pelé. Marcelo. Do Fred. A pátria de chuteiras não é necessariamente de todos. Há os que não gostam de futebol. Os que acham futebol ópio do povo. Mas, a pátria é deles. Sua. Minha.
Não devemos ficar indiferentes à seleção brasileira que nos representa junto às demais nações na Copa. No campo estão as nossas cores. Por toda parte a nossa bandeira. O Hino abre os jogos. O nosso jeito de ser no drible. No chute. A reação brasileira na derrota. Na vitória.
Goste, ou não, de futebol, a preparação para a Copa mais cara do mundo mexeu com a rotina de sua vida. E pelas obras inacabadas, protestos, passeatas, a mexida não foi para melhor. Sem cumprir o prometido. Com ou sem a vitória da nossa seleção a Copa é um fia$co.
Entrei na história. Ideologia à parte. Veja o que encontrei:
O regime político e a Copa. O Brasil disputou a Copa do Mundo nove vezes na ditadura. Dez vezes na democracia. Empate técnico. Se considerarmos a Copa de 1950 no governo de Eurico Dutra, e a de 1986 com José Sarney, como de transição da ditadura para a democracia. 1. O ditador Getúlio Vargas com Leônidas. 2. Cartaz da visita de Vargas ao Pacaembu. 3. Eurico Gaspar Dutra, presidente eleito pelo voto, no Maracanã, construído em seu governo para a Copa de 1950.
Médici e Dilma
Cito esses dois brasileiros ( presidentes) pela distância ideológica e a luta fratricida entre eles. E pelas sensações, totalmente antagônicas, que a Copa do Mundo de 1970 e esta de 2014, causaram em mim.
Muito mais que adversários no campo político. Médici e Dilma foram inimigos na vida real. Gladiadores na arena da morte. Mas, no meio deles, a seleção brasileira de futebol. A pátria de chuteiras. Ontem, o presidente Médici. De direita. Ditador. Hoje, a presidente Dilma. De esquerda. Democrata.
Há lógica no futebol? Na política? Há lógica nas multidões?
O milico, ditador, presidente, da direita, vai ao Maracanã. Ouve jogo no radinho de pilha como um torcedor da geral. Não é vaiado.
A militante, presidente, da esquerda, vai ao Maracanã. É vaiada. O Brasil ganhou a Copa das Confederações. Mesmo assim, Dilma foi aconselhada a não pisar no Maracanã.
Quem representará a pátria na Abertura e no Encerramento do maior evento esportivo do planeta? Para o qual o país se prepara há sete anos. Com gastos fabulosos. Dilma irá ao Itaquerão, dos paulistas? O grilo dela é com o Maracanã, dos cariocas?
Um pouquinho de história
Emílio Garrastazu Médici, filho de imigrante. Dilma Jane Rousseff, filha de imigrante. Ele nasceu na fronteira. Ela no centro do país. A Copa Médici foi disputada em clima de entusiasmo. Do Ninguém Segura esse país. Do PND (Plano Nacional de Desenvolvimento). Do milagre econômico.
A Copa Dilma, do PAC, é disputada em clima cinzento. De incertezas. Protestos. Ameaças. Aparato militar de guerra civil. Entusiasmo de TV. Patriotismo de arquibancada. É a Copa do Medo. De greves. Quem protesta? A turma da direita? Da esquerda?
Quando Médici, o presidente da direita, levantou a taça do TRI, Dilma, da luta armada, estava presa. A militante de esquerda deu a volta por cima. Livre, solta, poderosa, agora se recusa a entregar a taça ao campeão do mundo. Logo ela, a primeira mulher presidente do país anfitrião!
Os presidentes do Brasil não se recusaram a comparecer às cerimônias. De entregar taças. Nenhum deles fugiu da raia de nos representar. Pois na Copa do Mundo a pátria se faz presente. Também de chuteiras. 1. JK. 2. João Goulart. 3. Fernando Henrique.
“Não tem clima de Copa do Mundo. Acho que o Brasil perdeu uma grande oportunidade de mostrar a sua cara. Podia estar tudo pronto há mais tempo. Problemas sempre vão existir. Mas pelo menos, tudo pronto”.
Rivelino, tri campeão do mundo, ao levantar a taça: “Se a obrigação do chefe de Estado é entregar a taça ao campeão, que a Dilma cumpra com a sua obrigação. Mas, quem sou eu para dizer o que a presidenta deve ou não fazer. Eu tenho direitos adquiridos! Mas, sim, lavei a mão antes. Tem gente que pega na taça com luva! Eu posso tocá-la”.
Quem entregará a taça ao campeão do mundo?
Corre noticia que a modelo Gisele não aceitou o convite da FIFA para entregar a taça ao campeão. A FIFA continua insistindo com a brasileira Rosto da Chanel. Marketing excelente. Mas, é claro que a maior empresa de futebol do mundo tem seu plano B e C. Há nomes na cartola dos cartolas Blatter e Jerome. Gozação (ou não) falam em Maradona. E por que não? Ele é um campeão do mundo.
A minha página na FACE está cheia de mensagens a favor e contra Gisele substituir Dilma. Há os que não se interessam pelo assunto. Tipo, tanto faz como tanto fez. A cultura da merreca e da irrelevância nacional está disseminada, contaminando milhões de brasileiros. Dignidade e honra? No lixo da história.
“È o mesmo que gastar uma fortuna com aniversário. Casamento. Convidados. E a dona da casa, trancada no quarto, não aparecer para o almoço. È injustificável. E degradante, se a presidente do país se recusa- por motivação político eleitoral- ir ao Maracanã. Ela desrespeita a pátria com e sem chuteiras” (Maria de Lourdes, BH).
“Um dia é da caça, outro do caçador. Quem diria que um dia a DILMA militante, corajosa, pegou em armas, iria amarelar, se acovardar desse jeito. Na frente das pesquisas e com medo de aparecer em público? A vida é igual a uma roda gigante. Um dia, estamos lá em cima, e de repente, estamos com o bumbum no chão”. (Sandra, Rio).
“O estrangeiro fica boiando. Os sindicatos e grupos que protestam são atrelados às Centrais, ao governo. Lula manda e desmanda. Dilma, toda poderosa, com biografia de esquerda. O que ela teme? Aplausos, vaias, críticas, elogios? Quem a leva para o Mal Feito? Para a covardia? A cozinheira? O Japa do cabelo? Quem governa o Brasil? O pessoal da esquerda ou da direita? (Jonas, Brasília).
“Tá como Maria Antonieta escondida em sua Versailles do Planalto. Ela deve ler a biografia de Cleópatra, Indira Gandhi, Golda Meyer. No país anfitrião não entregar a taça ao campeão da Copa? Desrespeito à bandeira, ao Hino, ao país. Brizola disse que Lula pisaria no pescoço da mãe para ganhar eleição. E Dilma”? (Joaquim, Lisboa).
“Nem sempre é o Chefe da Nação quem entrega a taça. Pelé entregou para Cafu. Agora teria quer ser a presidente do país penta campeão. O país do futebol. Mas, o presidente da FIFA não quer sentir o que sentiu no Maracanã. Vaia é foda! Quebra a cacunda de qualquer político. Mas, temos Sarney, Temer, Renan, Lewandovski, Tiririca, Xuxa, Roberto Carlos, Faustão, Irmãos Marinho, Silvio Santos, Bispo Macedo, Marta e Senador Suplicy, Gilberto Carvalho… (Fábio, Natal).
E os Chefes de Estado?
Não passa pela minha cabeça de formando em Direito Internacional que a presidente do Brasil, por medo do Maraca, quebrará protocolo de uso universal, e não ficará ao lado de Ângela Merkel no caso da possível final Brasil X Alemanha. Ou de Pedro Passos numa Portugal x Brasil. Ou ao lado de Cristina Kirchner, Brasil x Argentina? A grande final será no Maracanã. Ou para satisfazer a presidenta e acabar com o seu grilo carioca o jogo será transferido para o Mané Garricha, arena Pantanal, Castelão?
O presidente da África do Sul, país anfitrião da Copa do Mundo 2010, com Àngela Merkel, Chanceler da Alemanha.
Nunca antes na história desse país- e de todos os outros- um presidente agiu com tamanha vacilação. Culpa de sua assessoria? De seus ideólogos? Mas, torço para que a presidente Dilma tome erva cidreira, espalhe sal grosso pelo Planalto, Alvorada, mande seus Santos e Satanás para uma pescaria, e tome decisão de Estadista. Decisão de Guerreira. Da Camarada que um dia foi. E avise à FIFA e à TV Globo:
“Honrarei os vestidos, saias, calças, do Brasil. Irei sim ao Maracanã entregar a taça ao campeão do mundo. E seja o que Lula quiser”.
Há sete meses não tomo nada de álcool. Sem doença. Apenas, decisão difícil, levada a sério. Mas, se a presidente do meu Brasil, brasileiro, de minha Pátria de chuteiras, for ao Maracanã entregar o Oscar do futebol mundial abrirei a geladíssima Swarovski Alizé. Presente de Adriana no meu 11 de abril.
Valor da belezura: R$ 4.600 reais a garrafa. Na isdarovia Dilma!
Divulgue. Encaminhe: www.oreporternahistoria.com.br. Escreve que eu publico: o reporternahistoria@uol.com.br. FACEBOOK: Jota Nymt Alves. Veja também www.odiadobrasil.com. Para melhor leitura zoom 125. Apenas a primeira trilha sonora: Canta Brasil/Gal Costa.