Trilha sonora: Nathalie Gilbert Bécaud
Sei que é difícil. Muito difícil comentar ideias, mantras, dogmas, ideologias, fundamentalismo. Não pretendo criticar. Acusar. Defender. Promover: ideologia, tese, pessoa, partido político. Não sou expert em marxismo. Não sou Economista. Não sou comunista. Nem capitalista. Sou brasileiro em busca do tempo perdido. De alternativas. De rumos sólidos para o meu país que patina em indefinições. Que se desvia de imensas possibilidades de progresso.
Ideias novas. Ideias velhas.
Assisto o desvirtuamento das melhores qualidades de nossa gente. Estamos como se dizia: “no mato sem cachorro”. Somos governados com ideias novas? Com ideias velhas? Queremos ser o quê? Um país capitalista forte, sustentável, saudável, internamente sólido e mundialmente flexível e respeitado? Ou queremos um país socialista forte, moderno, sem privilégios, sem corrupção? Socialismo à brasileira como etapa de construção do comunismo pelo qual lutaram milhões de abnegados e humildes. Pelo qual morreram milhões de informados e desinformados?
Queremos ser uma República Popular ao estilo Mao-Tse-Tung, Hugo Chávez, Pal Pot? Pretendemos provar que no Brasil temos as tais condições objetivas e subjetivas necessárias para a ditadura do proletariado (operários) do Partido Único? Da estrela vermelha ou azul, verde ou amarela? Ainda estamos nessa? Ou essa é a única saída para o Brasil?
Carrego o privilégio de ter vivido na capital do Comunismo e na capital do Capitalismo (C/Moscou. C/Nova York, como força de expressão para facilitar a premissa). Não fui turista deslumbrado por paisagens e “novidades”. Ou residente alheio aos problemas filosóficos, ideológicos, sociais, dessas duas “civilizações”. Da quais, apenas uma sobrevive às crises inerentes ao próprio sistema imperialista, último estágio do capitalismo, segundo Lênin, mentor principal da Revolução de Outubro. Criador da Internacional Comunista.
Assunto complicado para o não politizado. Tema já “resolvido” pelos engajados. Matéria quase nunca discutida em escolas, colégios, universidades. Poucos artigos de opinião. Raríssimas entrevistas pela TV, a principal informadora e “educadora” do povo, sobre a crise na ou da Europa, noticiada, divulgada, usada, a bel prazer, e sempre com viés ideológico, político-eleitoral.
Sem consulta prévia, sem ramos da história, “ideológica e eleitoralmente” plantaram que “a crise da Europa resulta dos estertores do capitalismo moribundo”. E que tudo começa nos Estados Unidos. Vale, pois, a pergunta: o primeiro culpado da crise na Europa é Lincoln, o presidente branco que libertou os negros acabando com a escravidão, lucrativo e indecente negocio de europeus? Ou é o primeiro presidente negro dos EE. UU, líder em Tecnologia, Ciência, Educação? È uma delícia por a culpa nos outros.
Mas, a culpa é mesmo só do Império?
Colegas da universidade em Moscou saudosos do socialismo pa russki acreditam nisso. Amigos norte americanos liberais acreditam nisso. Brasileiros então nem se fala. Graças à força do agrado, da cenoura, do sorvete, aceitam o chicote ideológico, e repetem mantras: “a crise da Europa é culpa dos EEUU”. O mesmo fala-se pela America Latina. Gostaria e me orgulharia muito de ser professor. Mais formador de caráter que de opinião.
Hugo Chávez passou Fidel Castro em ataques aos Estados Unidos. Ele conseguiu cooptar adeptos para a sua luta contra o Império. A Venezuela vende seu petróleo para os gringos, mas, mesmo assim, Maduro, o presidente herdeiro de Hugo Chávez, segue ameaçando e culpando os States pela crise na Europa. São muitos os seus adeptos na América Latina.
Tentarei, portanto, ser o mais simples e didático possível, nesses verbetes e notas que se seguem. Para abrir uma discussão que precisa ser levada a sério. Caso contrário, andaremos, sim, de trem bala, viajaremos em supersônicos, teremos 3/5 carros na garagem espremida, mas estaremos a reboque das grandes civilizações. Seremos sempre uma pátria de chuteiras. Agachados. Nação de emergentes sempre em busca do tempo perdido.
Quem são os líderes dos movimentos sociais na Europa?
Quem são os que lutam, balançam, agitam a Europa por direitos sociais adquiridos em anos de luta sindical, política, eleitoral? São bisnetos, netos, filhos, sobrinhos, de líderes comunistas, anarquistas, social democratas, idealistas. Somam-se a eles centenas de ONG. Grupos sexuais. De imigrantes, étnicos, religiosos, artísticos. Juntos na clássica Frente de Esquerda, Aliança Popular.
Não se tira ideia como se tira camisa. Jesus, Maomé, Buda, entraram para ficar. Comunismo e capitalismo entram pelos poros. Forjados em sonhos, ideais, sentimentos, emoções, instalam-se no osso. No sangue. O DNA ideológico, religioso, é inevitável.
Selo russo em homenagem a Maurice Thorez, secretário geral do Partido Comunista Francês. O jornal l’ Humanite. E Palmiro Togliatti, Chefe do PCI na capa da revista Time.
Mas, pelo que lutaram bizas, avós, pais, tios, dos revolucionários europeus de hoje, dos trabalhadores e desempregados, que saem às ruas da Espanha de Dolores Ibarruri, de Portugal de Álvaro Cunhal, da Itália de Palmiro Togliatti, da França de Maurice Thorez? Encontre a premissa dessa luta e encontrará luz para entender causas fundamentais à crise. Muitas crises. Causas fortes e tão estruturais como as fabricadas pelo capitalismo predatório, selvagem. Crises causadas pela sanha de especuladores norte-americanos, e outros.
São herdeiros dos que amaram, lutaram, e tombaram pela Revolução de Outubro. Que abalou o mundo. Aquela revolução, que entendendo como era o mundo, deveria mudá-lo, para sempre. Todos os grandes partidos comunistas da Europa foram criados na sequencia da revolução russa de 1917. Nos anos 20. Todos na Internacional Comunista criada por Lênin que numa genial uniu os povos de todas as regiões do Império russo na URSS, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Estudantes brasileiros com o Reitor da Universidade da Amizade entre os Povos/Patrice Lumumba. O RH, terceiro, à direita, agachado, com a turma de formandos em Direito Internacional e Economia.
Leonid Breznev presidente da URSS em seus curtos dias dourados. A derrubada do muro de Berlim que separava a Alemanha Oriental da Ocidental. Guardo relíquias “ideológicas”. Um ovo de Páscoa, Faberge, do Império Russo. Uma pedrinha do muro de Berlim. Um samovar que segundo o “vendedor” foi usado por Nadesda Krupskaya, mulher de Lênin.
No meu entender a revolução de Outubro teve apenas um período de bonanza, de alívio. Eu vivi os anos dourados do comunismo soviético sob a regência de Leonid Breznev. De 1917 a 1937, foram anos de “destruição” e de construção. De 37 a 47 da Guerra Pátria. De 48 a 60 da Desestalinização, Criação e Solidificação do Bloco Socialista, do Pacto de Varsóvia. De 60 a 70: melhoria de condições habitacionais e de consumo. De 70 a 1990: Decadência. Fragmentação. Fim do bloco socialista com a pequena Estônia dando a largada. A derrubada do Muro de Berlim. Fim do comunismo soviético.
Trotsky: “A Rússia é apenas um passo para chegar à Europa”. Stálin: “Socialismo em um só país”. Cartaz da Revolução Permanente/ Stalin, Lenin, Trotsky.
Antes de morrer, em 1924, Lênin mostrou que deixar Stálin concentrar forças em torno de si seria desastroso para o futuro da revolução. Não deu outra. O Homem de Aço centralizou e desandou a expurgar e a “desaparecer” com líderes da revolução. Seu maior desafeto foi Leon Trotsky. Criador do Exército Vermelho ele defendia a Revolução Permanente. “Para preservar a revolução russa. Não deixa-la isolada”. O racha ideológico e pessoal de Stálin e Trotsky determinou o curso da história do movimento comunista mundial. Che Guevara foi o Trotsky dos tempos modernos.
“Stalin praticamente traiu a possível revolução chinesa em 1926-1927. Não permitiu uma aliança entre as forças de esquerda na Alemanha que poderiam evitar a subida de Adolf Hitler ao poder. Manietou a Internacional Comunista. Na Espanha, durante a guerra civil (1936-1939), exigiu que se lutasse pela vitória sem fazer a revolução”.
De qual lado ficaram os comunistas da Europa?
Os quatro partidos mais importantes: PC italiano, francês, espanhol, português, fecharam com Stálin. Os nanicos também. Na divisão, sobrou para Trotsky que exilado no México, em 1940, foi assassinado pelo catalão Ramón Mercader. Este ficou preso por vinte anos. Após a prisão viveu livre em Havana até a sua morte em 1996.
Stálin consolidou poder absoluto. Não o dividia com ninguém. Em 15/5/1943 o Guia Mundial dissolve o Komintern. A partir daí começa a desintegração com várias “linhas” e teses para se chegar ao comunismo. Com a morte de Stálin, em 1953, e os dossiês de Kruschev, Suslov, Breznev, Mikoyan, vem a desestalinização e a abertura para o mundo ocidental. Foi no contexto de globalização que o governo criou a Universidade da Amizade entre os Povos mais tarde nomeada Patrice Lumumba em tributo ao primeiro ministro assassinado no Congo. Foi nessa universidade que me formei em Direito Internacional.
Com a Segunda Guerra Mundial e a vitória sobre o nazi-fascismo Stálin foi glorificado. Bog na zemliá. Todos o obedeciam. A ordem era: Consolidar o bloco socialista do leste europeu. Fortalecer as conquistas do socialismo stalinista. Para isso nada de revolução na Europa. Não criar problemas externos para a URSS. Exatamente quando a áurea dos partidos comunistas europeus chegou ao máximo. Palmiro Togliatti, dez anos exilado na Rússia, foi Ministro da Justiça do governo de união das forças populares da Itália. Seu prestigio era tão grande que foi capa da revista Time. Maurice Thorez foi ministro do governo De Gaulle.
Stálin sempre grilado com Trotsky.
Leon Trotsky era uma pedra no caminho de Stálin que temia um grande movimento comunista internacional contra a ditadura dele. Já com surtos paranóicos Stálin determina a morte do judeu russo que vivia exilado em Coyoacán no México. Em 1940, o catalão Ramon Mercader assassinou Trotsky. Após sair da prisão Mercader foi para Cuba. Viveu em Havana até a sua morte em 1996. 1. O corpo de Trotsky. 2. Che Guevara capturado na Bolívia. Seu corpo exposto após o fuzilamento.
Togliatti, o Guia do maior partido comunista do ocidente seguindo Karl Korsch e o seu Marxismo Ocidental lançou O Caminho Italiano Socialista com democracia progressiva. Democracia e comunismo com esquerda democrática. A China seguiu caminho próprio. A juventude latina americana empolgou-se com a revolução cubana a qual o argentino-cubano Ernesto Che Guevara tentou exportar, primeiro para a África. Depois, e por último, para a América do Sul. Defendendo a teoria do foco revolucionário o guerrilheiro foi capturado e fuzilado na Bolívia.
Partido de massas para a conquista do poder.
Álvaro Cunhal do Partido Comunista de Portugal e Dolores Ibarruri do Partido Comunista Espanhol. Sempre seguiram a linha stalinista de não revolução na Europa.
Maurice Thorez na França, Palmiro Togliatti na Itália, Álvaro Cunhal em Portugal, Dolores Ibarurri na Espanha, partiram para transformar o Partido Comunista bastante baqueado pelas denúncias contra Stálin em partido de massas. Na Itália, o Vaticano, a Democracia Cristã, novas forças industriais e sociais, já dividiam prestigio e força política com o PCI. Mas, para que se cria e se fortalece um partido de massas? Um partido dos trabalhadores, em geral?
Para ter eleitores e ganhar eleição.
E com eleição ter maioria no parlamento e com maioria no parlamento ter o primeiro ministro e a máquina administrativa no regime parlamentar. No presidencialismo, obter a maioria no Congresso e a presidência da República. E, finalmente, a conquista do poder. Mas, a linha pacifica ao socialismo pode dar em democracia social. Em populismo. Autoritarismo. Anarquismo de governo abestalhado de abestalhados que desperdiçam imensas oportunidades. E em governo de safados, bandidos, corruptos. Cappicce? Paniátina? Pagine a história e tire as suas conclusões.
E qual o caminho tradicional para se cooptar massas nos grandes centros industriais? Sindicatos. Organização política de base popular. Mídia. Mas, se não queremos soldados, revolucionários, guerrilheiros, as nossas armas não serão revolveres, metralhadoras. Serão as conquistas salariais. È com a luta cada vez maior por benefícios, isenções, vantagens, que se encaminha a luta em torno de objetivos comuns. Que se fortalece um partido de massas.
Ai criaram-se as grandes centrais sindicais. A CGIL, na Itália, a CGT na França, paravam trens, fábricas, escolas, universidades. Paravam o país. Travavam a Europa. E toma garantias trabalhistas. E toma eleitor. E toma mais proteção social. E toma voto. E toma aposentadorias precoces. E toma eleger deputado e senador e primeiro ministro. A coisa era tão boa para todo mundo que se criou na Itália a teoria, a cultura do Ócio Criativo. Ou seja:
Trabalhar menos. Divertir-se mais.
E a indústria entrando em atraso tecnológico. Os custos do Estado subindo. A imigração chegando aos montes. Enquanto isso lá no Império mesmo com seus confrontos bélicos externos, escândalos internos, a máxima era/é Business and Pleasure. Trabalhar e se Divertir. E não, trabalhar menos e descansar mais. Na guerra das estrelas entre União das Repúblicas Socialistas Soviéticas X Império. Deu Estados Unidos. A URSS foi para o espaço. Causas internas? Muitas. Mas, nas externas perdeu a batalha. E ao cair, mais uma vez, sacudiu o mundo.
Sem a estrela guia. Sem Money para bancar as benesses.
Ou achavam que setenta anos depois a URSS sairia de cena sem deixar vestígios, saudades, amores, traumas? Tá dito que ideia, ideologia, religião, não se tira de uma pessoa como se tira uma camisa. Milhões morreram pelo comunismo na Segunda Guerra Mundial. Na Rússia. Milhões, genuinamente, amaram a União Soviética. Óbvio, portanto, que o seu fim mexeu com estruturas, principalmente, dos mais próximos, como os do Leste Europeu, dependentes e coadjuvantes. Mexeu sim com toda a estrutura do poder político e social na Itália, na França, na Alemanha…
Sem caldo de mocotó ideológico.
Divididos. Enfraquecidos, os comunistas e as suas bandeiras de lutas se dispersaram. O lobo capitalista crescia em tecnologia, em insumos, em criatividade, em descobertas, e foi papando chapeuzinho vermelho. Ocupando os espaços. Como na manada sempre tem um mais f. d. p. e carnívoro que os outros a coisa foi ficando/está “russa” para europeus nativos e imigrantes adotados, já aos milhões.
Foi tanta Bolsa. Isenção fiscal. Perdão de dívida. Benefício. Doação. Redução de jornada de trabalho. “Presentes” eleitorais. Com baixa renovação tecnológica. Menor produtividade. Indústria defasada. Pouco estimulo competitivo. Pouca criação. Castração de iniciativa e alternativa. Que a conta não fecha. Desde que o mundo é mundo trabalhar menos e descansar mais nunca deu bons resultados. Para alguns privilegiados, sim.
Recentemente, na Etiópia, descobriram manuscritos a insinuar que Abel gostava de sombra e água fresca. Passava muito tempo com as ovelhas. “Ficava na rede de papo pro ar”. Caim trabalhava pelos dois. O resto está na História.
È burrice de mal informado ou safadeza de “aproveitador ideológico” sair dizendo que dois/três/dez/cem picaretas do centro oeste dos Estados Unidos, gênios da especulação e da pilantragem bancária, ao sacanear americanos com hipotecas de casas e pirâmides financeiras, causaram a grande crise europeia de 2008. E as de hoje? E as que virão?
A especulação financeira, as medidas de austeridade preconizadas por Banco Central, FMI, Comissão Europeia, atentam sim contra salários, proteção social, benefícios, direitos trabalhistas. E fazem o fantasma do desemprego pairar sobre a Europa. Como um dia pairou o fantasma do comunismo. A crise é sim Financeira, Econômica, Social, Política. Mas, não é só isso. E não adianta tirar da reta. Tapar o sol com a peneira. Fazer como o avestruz. O que fazemos a toda hora e muito bem.
O comunismo tinha o glamour da simpatia de grandes nomes da música, cinema, literatura. Edith Piaf. Jacques Brel. Simone Signoret e Ives Montand. Becaud.
A crise foi levada à Europa no trem da revolução ideológica personalizada e desvirtuada pelo superego e desvios de conduta de seus dirigentes máximos. Saudade, nostalgia, delírio, sonho, do que poderia ter sido e não foi, embaça, trava, desorienta. Sem estrela guia a Europa do charme socialista de Ives Montand, Edith Piaf, Jacques Brel, Gabin, Belmondo, Silvana Mangano, Simone, Sartre, Malraux, Bertolucci, Gilbert Becaud, Regis Debray, está e continuará agitada, com crises. A Europa, no vermelho, corre atrás do tempo perdido. Não o de Proust, mas o dela mesmo.
O que faz o lobo mal capitalista?
A culpa é dos Estados Unidos? Quem é o mais culpado da crise na Europa? O presidente Lincoln acabando com a escravidão. Lucrativo negócio de europeus? Ou o primeiro negro a presidir os Estados Unidos sempre com mais avanços e descobertas tecnológicas? É uma delicia por a culpa nos outros. Tirar da reta. Inventar e manipular saídas “ideológicas-eleitorais” para as massas. Gritar contra o império.
O lobo capitalista aproveita-se do chapeuzinho vermelho que vive perdendo tempo com idiotices, velhas teorias, discursos de salvadores da Pátria, baboseiras. O chapeuzinho não avança em modernidade, tecnologia, ciência, pesquisa. Chapeuzinho vive cercado de idiotas, malandros, lobistas de primeira linha, corruptos elegantes, de “coitadinhos”. E a culpa é do lobo? Sem carne ele não vive. È a lei do mais forte. Do mais inteligente. Mais rápido. Mais trabalhador. Mais capaz. Mais preparado. A crise na ou da Europa serve, ou não, de lição para o Brasil?
Concorda que o culpado da crise na Europa é os Estados Unidos? Discorda? Escreve que eu publico: oreporternahistoria@uol.com.br.
Divulgue. Encaminhe: www.oreporternahistoria.com.br