Parabéns Marina Silva

 Trilha sonora: Sonho impossivel por Maria Betania. Youtube


A história de sua vida pessoal, familiar. Mais a sua história política. Mais a sua luta conseqüente em defesa do meio ambiente no Brasil e no mundo a credenciam para carregar juntamente com outras personalidades a bandeira das Olimpíadas em Londres. Ciumentos e invejosos no primeiro escalão do atraso e da burrice promocional do Brasil consideram a homenagem à Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, Senadora da República e candidata à presidência do país, constrangedora, deselegante, mal estar, imprópria, ofuscante, à presença da presidenta Dilma.

Jornal o Estado de São Paulo:

“A situação cria constrangimento porque Marina não tem boas relações com Dilma Rousseff e acabou encobrindo a presença da presidente do próximo país-sede da Olimpíada na cerimônia de abertura de Londres.

“Marina sempre teve boa relação com as casas reais da Europa e com a aristocracia européia. Não podemos determinar quem a Casa Real vai convidar fazer o quê?”, disparou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, adversário político de Marina na polêmica do Código Florestal.

Marina entrou carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim e prêmios Nobel. O convite partiu do Comitê Olímpico Internacional, sem o conhecimento do governo brasileiro, e foi mantido em sigilo. A ex-ministra é reconhecida internacionalmente por seu trabalho de defesa do meio ambiente.

Dilma foi mostrada pelas câmeras oficiais por menos de cinco segundos, enquanto a entrada de Marina foi amplamente comentada, como representante da luta ambiental no mundo. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, só ficou sabendo da presença de Marina já no Estádio Olímpico. “Foi surpresa”, disse o ministro da Ciência, Marco Antonio Raupp.

 

Ao passar por Mohamed Ali, Marina comoveu a muitos ao lhe fazer um gesto de carinho. “Ele representa todo o esforço do mundo e a prova de que não há limites para a humanidade”, completou. 

Adriana Carranca – Enviada Especial a Londres

LONDRES – Em entrevista ao Estado, em Londres, Marina Silva disse que o governo brasileiro tentou “apequenar” a sua participação na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos 2012, “em uma disputa política“. A ex-ministra chorou ao saber sobre a reação da presidente Dilma Rousseff e de ministros e disse que a equipe de Dilma “não sabe separar as coisas.”

 Resposta olímpica. Um exemplo aos cabeças-de-bagre do governo

“Não acho que a gente deve apequenar isso em uma disputa política. Aqui é o interesse maior do Brasil. Isso me entristece”. A ex-ministra disse que esperava apoio da comitiva brasileira e, principalmente, da presidente Dilma para a sua participação. “Meu apelo é para a presidente Dilma: que a causa que eu represento, e ali não era eu como figura política, não seja uma afronta para o Brasil, que seja uma dádiva. Porque eu tenho tanto respeito pelo Brasil pela nossa história e a presidente Dilma sabe como, na minha divergência, eu sou leal.

As pessoas com quem eu convivi durante 30 anos não são meus inimigos. Do mesmo jeito que eu fico feliz de ver as autoridades brasileiras cumprindo seu papel num evento dessa magnitude, eu imaginava que, nesse momento, eles não misturariam as coisas. Eu estou aqui em nome de uma causa que na história do Brasil é de todos nós. Começou lá atrás com o Chico Mendes e o presidente Lula, como companheiro do Chico Mendes, tem participação nisso.”

E disse que gostaria que Rebelo “entrasse no espírito olímpico sugerido por aquela cerimônia”. “Não quero apequenar esse momento com qualquer tipo de desconstrução da grandiosidade de saber que o Brasil é uma referência na luta ambiental pelo mundo”

“Eu estava ali pela causa que defendemos do desenvolvimento sustentável, quando digo defendemos, falo de todos aqueles que acreditam que o mundo precisa mudar. Não sou oposição ao governo da presidente Dilma, eu apenas tenho uma posição. Mas há quem não entenda assim.”

“Vim para cá com o espírito olímpico de lutar pelo Brasil, pela paz, pelo desenvolvimento sustentável e eu posso te dizer que quando passei ali diante das autoridades, eu senti uma boa dose de orgulho de saber que nesses 500 anos de história do Brasil nós tínhamos elegido a primeira mulher presidente da República. Era esse espírito que estava ali presente.” Marina disse que as críticas do governo não importam. “O mais importante é que estou fazendo meu trabalho. E isso ficará como legado para o Brasil.”

TV Record em Londres ignora Marina Silva

Falaram do secretário geral das Nações Unidas e de outros que carregavam a bandeira olímpica. A TV Record/Londres transmitiu reduzida biografia do campeão de boxe Mohamed Ali. Inválido, postado ao lado da bandeira, numa das muitas homenagens que recebe. E aí o desrespeito ao Brasil: “lá no canto a brasileira Marina Silva”. E só.

Ofuscar Dilma? Baboseira de bajulador. Falsa grandeza

No estádio estavam Reis, Rainhas, Presidentes, Campeões, Cientistas. Empresários. E entre eles a presidenta do Brasil. Imagina anunciar em vários idiomas a presença de todas essas autoridades. “Elogiá-las” ao estilo bajulação eleitoral e alinhamento “ideológico”. Coisa de brasileiro anestesiado pelo culto à personalidade de espertalhões políticos. Alianceiros mergulhados na Olimpíada Brasileira da Corrupção.

As personalidades das Olimpíadas são as do esporte, da paz mundial, das causas ambientais. Imagina Putin se sentindo ofuscado pela beleza de Sharapova. A Rainha Sofia pela beleza moura das espanholas. A primeira dama dos Estados Unidos chateada por menos anunciada que Kobe Bryant e campeões da delegação norte-americana. A Rainha Elizabeth magoada por Paul McCartney ter sido mais aplaudido que ela…

Liderança e respeito mundial não se fabricam

Propaganda enganosa não dura. Marina é líder sim e referencia mundial na luta pela proteção ao meio ambiente. Pelos parâmetros do Comitê Olímpico Londrino, pelos princípios dos jogos, pela projeção e importância internacional, quem no Brasil de hoje poderia estar no lugar de Marina? Pelé já carregou tochas, bandeiras. Continua alvo de homenagens. Sofreu na pele críticas. Chegou aonde chegou por ser Bom de Bola, líder, referencia mundial. Como Ali, um imortal. Caciques como Raoni já estiveram em Londres. Quem mais? Uma das muitas heroínas das novelas da TV Globo? Um herói ou Cara da nossa política atual? Uma das “vitimas” do Mensalão que “nunca existiu”?

Roupa suja federal se lava no tanque chamado Brasília

A presidenta Dilma com a Rainha Silvia da Suécia e Rainha Elizabeth. Realeza que pode ajudar o Brasil a sair do atraso Científico, Tecnológico.

A presidenta Dilma tem que evitar bajuladores, os da falsa “auto-estima”, narcisismo, megalomania, delírios dos tempos Lula. Os da nacionalidade de arquibancada que impera no Brasil. Deveria/deve chamar seus ministros e apontar-lhes o grande tanque chamado Brasília e dizer-lhes que “roupa suja se lava em casa” e que a ela interessa sim manter boas relações com as Casas Reais da Europa se isso for para o interesse do Brasil.

Marina Silva seria aceita, prestigiada, se as Casas Reais fossem as dos oligarcas, sanguinários, ditadores, que só problema e derrota deram à política externa de Lula, Celso Amorim, Marco Aurélio Garcia? Cheira-se nas palavras do ministro dos Esportes o veneno destilado por Luis Inácio jogando brasileiros contra brasileiros ao por a culpa dos males de seus oito anos “nessa gente branca de olhos verdes e azuis”. Como a realeza. Dilma é branca de olhos eslavos.

Não bater bola com a Mediocridade. Não visitar sanguinários

Dilma não deve cair no mesmo erro do Atleta do Atraso que batendo bola com a Mediocridade, embaixadas com Ditadores, nos distanciou dos centros da Ciência, Tecnologia, Pesquisa. Em viagens inúteis. Desperdiçando precioso tempo do Brasil visitando oligarcas,  sanguinários, delirantes. Tempo de presidente não é dele. È da nação. Dilma deve é convocar o povo, Marina Silva, para uma, duas, três, Olimpíadas de Modernidade, desenvolvimento realmente sustentável, avanços científicos, tecnológicos, esportivos. Cercar-se de Conhecimento. Saber. Inovadores. Inventores. Criadores. Gente do Bem e de Bem.

Telegrama de parabéns e desagravo

Um bom começo para acabar com o “affair” olímpico é a estadista Dilma Rousseff  enviar um telegrama de parabéns e desagravo a ex Ministra do Meio Ambiente que tanto serviu e foi usada por seu antecessor. Marina Silva como Gilberto Gil abriu portas internacionais por Lula nunca sonhadas. Outros teriam feito o mesmo se o presidente tivesse tido a modéstia de pedir ajuda a brasileiros de sucesso no exterior. Que dignificam o Brasil em vários ramos de atividades.

Lula se considera o Primeiro, o Caminho, a Luz, a Verdade, com a sua fala de “nunca antes na história desse país”. O telegrama de Dilma a Marina deve ser também desagravo pela anti brasilidade de seus ministros e assessores em terra estrangeira.

Nos tempos da grandeza francesa com Napoleão gente assim seria deportada para a Ilha do Diabo. Com Stalin, assessores desse tipo conheceriam na Sibéria o pão que o diabo não quis amassar. Na demo-cracia ampla, irrestrita, irresponsavelmente brasileira, falam o que querem, fazem o que querem, ganham o que querem, sem controvérsia, “na moral”. Impunemente#.

 


Obrigação de assistir a Globo

Levei meus dois filhos pequenos para um passeio cultural: atravessar o Guaíba, de catamarã, uma vez que o caçula comentou que nunca havia andado de barco. Minha alegria foi por água abaixo quando embarcamos e nos deparamos com quatro telas imensas exibindo a programação da Globo, em volume alto. Era o Vídeo Show, e estavam a comentar sobre as brigas e baixarias de uma novela que é desapropriada para menores de 12 anos. O meu caçula tem quatro anos e não conseguiu tirar os olhos da tela, sem apreciar a beleza do rio e do passeio.

 Devido ao incidente, pretendo lançar uma campanha (abaixo-assinado) e até procurar o Ministério Público para mudar essa prática nefasta, que acho ser possível e que venha a ter o apoio tanto do governo quanto da população.

 Por que somos obrigados a assistir à TV Globo em repartições públicas?

 Quem já não se indignou por ter sido obrigado a assistir à TV Globo enquanto aguardava o atendimento em alguma repartição pública?

 Ter que aturar Ana Maria Braga dentro do prédio da Receita Federal, ou VALE “A PENA” VER DE NOVO em fila da Caixa Econômica Federal, ou Vídeo Show dentro de uma prefeitura, pode não ser ilegal, mas é imoral, pois pagamos A PENA por assistir a toda aquela chatice alienante.

 De acordo com o art. 5, inc. LXXIII da Constituição Federal, “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

 É IMORAL o benefício que o governo federal (ou estadual, ou municipal, que também se utilizam dessa prática) concede à Rede Globo pela exclusividade de exibição de seus programas em repartições públicas. A audiência que os governos garantem à Rede Globo é indecorosa e antidemocrática, pois deveriam, então, exibir todos os canais de televisão. São milhões de espectadores. Sem dúvida alguma, dezenas de milhões.

 A desculpa esfarrapada para que 99% dos aparelhos das repartições públicas estejam automaticamente sintonizadas na TV Globo é “por causa do sinal”. Ora, isso não nos convence há mais de 10 anos; pois, com o avanço tecnológico do setor das comunicações, em geral, e, especificamente, com a internet, aquilo que ainda existe de melhor (ou menos pior) pode e deveria ser oferecido.

 Nosso tempo é valioso, e, enquanto somos obrigados a ficar parados, esperando atendimento, deveríamos ser contemplados com coisas que nos compensem a perda de tempo de espera; ou seja, pagar A PENA pelo que “se deve”, assistindo a programas educativos e verdadeiramente informativos, adequados ao ambiente, e não sendo obrigado a acompanhar reprises de cenas de baixaria de uma novela, na qual duas mulheres se esbofeteiam e se ameaçam de morte.

 Provavelmente você, leitor, já assistiu à TV Globo dentro de uma repartição pública, mas já imaginou que, em cada canto desse enorme Brasil, há uma repartição pública com aparelho(s) ligado(s), exibindo a programação da Globo? Eu suponho que a soma de todos os aparelhos de tevê que existem dentro de repartições públicas chega a milhões. É fácil supor essa quantidade, se imaginarmos todas as repartições públicas do Brasil. Em cada canto deste país há uma repartição pública com um televisor ligado exibindo programas da TV Globo. Seja numa delegacia de polícia ou num hospital.

 Em relação ao atual índice de audiência da Globo, quanto, dessa fatia nacional, os aparelhos de repartições públicas, oferecidos pelos governos, representam no contexto? Pra quanto iria o índice de audiência da Globo se o governo fosse justo e cortasse esse privilégio concedido por não sei quem?

 Eu quero levar ao conhecimento do Ministério Público e solicitar que tomem as devidas providências. Mas, provavelmente, também no Ministério Público deve haver uma sala de espera com uma TV ligada no Globo.

 Colaboração de Kais Ismail, publicitário. Texto publicado originalmente no site Agência Assaz Atroz.