Trilha sonora:
Gostaria de publicar, diariamente, as mensagens-texto, cada vez mais elaboradas, interessantes. Mas, este Escreve que eu publico será ocupado apenas pela mensagem-ensaio de Adriana Berger.
AB levanta assunto “desconhecido” pela mídia. Tabu para intelectuais, políticos, dirigentes, do país. O da evasão e êxodo de valores. Talentos morrendo, sem replacement. Quando se trata de celebridade brasileira, comentar, discutir, levantar questões, sugerir, é “social e politicamente incorreto”. Ninguém quer ficar “mal na fita” da turma, Conselho, grupo, patrulha.
A evasão de valores. Perdemos valores para o exterior. O pé de obra brasileiro fortalece o futebol europeu. Mas, há evasão acontecendo dentro do Brasil. Formadores de opinião resolvem não opinar. Após anos de experiência, de saber e conhecimento, apresentadoras de noticiários deixam as suas bancadas, suas posições importantes, de onde poderiam influir para melhorar o Brasil.
E o pior. Governantes não criam e não cuidam da reposição com novos talentos, construtores modernos. Sem tecnologia, gestão de qualidade, não se cria e se desenvolve talentos. O apego a dogmas ideológicos comprovadamente ultrapassados, mais a incompetência, mais a picaretagem, mais a corrupção, nos meios políticos, dentro e no entorno do governo, fazem o país ficar sem “cérebros”, sem “peças” de reposição.
Industriais, cientistas, escritores, humoristas, jornalistas, poetas, atores, atrizes, compositores, maestros, militares, repórteres, estão nos deixando órfãos e sem a necessária continuidade que sedimenta uma nação. Assunto que deveria ocupar horário nobre, editorial, cátedras, conferências, tribunas.
De Adriana Berger, Porto Alegre/Frankfurt/Nova York, especial para RH:
“Imaginemos, Neymar, David Luiz, Marcelo, avisando:
“Basta da seleção. Chega de futebol brasileiro com seus problemas que nunca acabam” .
“Vou parar de dar aulas”. “Universidades, centros de formação pedagógica, transformados em comitês ideológicos, eleitorais. Vejam o que fazem com a USP. O que fizeram com a UFMT. Trabalhando pela educação do meu país, virei uma sonhática”. Professora Izabel, Santos/Cuiabá.
“Professora é humilhada. Mal remunerada. Espancada”. Maria, SP.
“Foram vinte e cinco anos. Com tempo integral caí num círculo vicioso. Não tenho como progredir, evoluir. Passo dificuldades. Cansei. Não há estímulo. Valorização. Vou mudar de ramo e de rumo”. Professor Francisco, Recife.
“Chega de dar notícias de política. Crime. Corrupção. Vou falar de vestidos, cosméticos, novas receitas de bobó de camarão”.
“Vou cuidar de mim. Quero ser mais eu. O futuro do Brasil a Deus pertence”.
Quanto tempo o país tem que esperar para uma criança começar a pensar em si. E no seu futuro: doze, treze, quinze anos? E quantos anos mais para o rapaz e a moça concluírem uma faculdade? Em quanto tempo a juventude iniciará vida profissional verdadeiramente útil?
Ruptura de valores. Quais?
O que leva uma pessoa responsável pelo que noticia, formadora de opinião, a deixar bancada de TV influente? Personalidade admirada, confiável, sair do essencial para o superficial. Do original para o genérico. Ir para o ôba-ôba midiático que domina a grade televisiva. Querer desfilar na passarela da fama made in Brazil? É por mais dinheiro? Carências? Desejos reprimidos? Ruptura de valores? Quais?
Os países de sucesso se preocupam com a perda de valores. E respondem a essas questões investindo em talentos. Os países que patinam no fracasso nem sabem que saber sobre isso é importante. “Deixa a vida me levar, vida leva eu”. “ É o destino. Isso aqui não tem jeito. Tá no nosso DNA”.
Soldado deixar seu posto. Músico desafinar.
Imaginemos o Brasil se todos decidirem por uma ruptura geral, jogarem a toalha: soldado deixar seu posto. Engenheiro abandonar obra pela metade. Banqueiro errar na conta. Padre não abrir igreja. Pastor rasgar bíblia. Caminhoneiro deixar de entregar a mercadoria. Mãe deixar de limpar o bumbum da criança. Advogado não comparecer à audiência. Músico desafinar. Cirurgião esquecer o horário da operação. Governador, prefeito, presidente, abandonarem o posto.
Posso falar de Getúlio Vargas, a quem meu avô adorava. Posso falar de Jânio Quadros, a quem meu pai adorava. Ao deixar a mais importante bancada do país, Getúlio abandonou milhões órfãos. Meu avô falava em se suicidar. Ao renunciar à principal bancada do Brasil, Jânio Quadros deixou milhões órfãos. E os eleitores, e o país, do presidente Fernando Collor? O Brasil continua padecendo, confuso, corrompido, por renuncias que dilaceram, criam traumas.
A credibilidade do Âncora. Do repórter.
Sendo todos capacitados, o que faz a diferença entre locutor, apresentador/a, repórter? A voz, os olhos, o rosto, o cabelo, o sorriso, a bunda? Claro que todos esses adendos são importantes.
Mas, não por acaso, os norte americanos criaram a figura do ancora man. Aquele/a que lidera. Lê a noticia para milhões. Que influi. Que forma opinião. Que dá equilíbrio à “nave”. Credibilidade é a palavra chave para entender por que os Jornais de horário nobre são comandados por quem passa/ou deve passar confiança.
Por que emissoras de TV, sérias, responsáveis pela concessão que recebem, não ficam trocando seus Âncora? Por que prestigiam, valorizam, seguram, seus repórteres, redatores, técnicos? Porque eles têm e passam credibilidade. Reliable people.
Mulheres lideram bancadas de noticiários, reportagens.
No Brasil, Valéria Monteiro foi a primeira mulher a noticiar do Jornal Nacional. Na sequencia, Fátima Bernardes, Lilian Fibe, Ana Paula Padrão. Outras mais, permanecem nas bancadas, com credibilidade e sucesso.
Barbara Walters: A primeira mulher no noticiário nobre da TV americana. O machismo da palavra ancora man cai por terra com mais e mais mulheres no comando da notícia/horário nobre e de reportagens sensacionais. Muitas com sérios riscos.
Eu fazia curso de Ciências Sociais na New School, New York. Uma das nossas tarefas foi “entrevistar” Barbara Walters. Ela nos recebeu na ABC/TV. Nesse dia, ela disse-me: “Conhecer Brasília. Construída no Mid West, é interessante”.
Para político, empresário, era o máximo ser entrevistado por Barbara Walters. No confessionário dela, eles pediam perdão ao país por deslizes. Falavam de novos projetos. Era ela a personalidade. Intrépida, corajosa, mostrou aos americanos: Fidel Castro, Xá do Irã, Dalai Lama, Margareth Thatcher, Omar Kadafi, Hugo Chávez, ditadores, bilionários, celebridades.
Bárbara formou opinião.
E ela sabe disso: “Com o microfone, entrando nos lares, empresas, escolas, hospitais, casernas, gabinetes, você fala para milhões de compatriotas. Você é famosa? Sim. Mas, fama, poder, amor, têm preço. A pergunta é: ”você está disposta, tem coragem, para pagar o preço”?
“Podemos fazer isso com humor, roupa bonitinha. Mas, é coisa séria. Muito séria. Você está diante de seu país, de seu povo. Você deve ser responsável por aquilo que ama. Eu amo o que faço, porque amo o meu país. Vivo o seu presente. Ajudo a pensar o seu futuro”.
“Você não pode, por egoísmo, desejos pessoais, deixar a sua bancada, o seu posto. E o seu compromisso com aqueles que você cativou, com aqueles que acreditaram em você?”
Cinquenta anos dando noticias, entrevistando, informando, educando, Barbara Walters se aposenta, mas, na ativa: “Mudar de rumo e de ramo? Jamais. Se mais cinquenta anos eu tivesse seriam para a boa notícia, a boa entrevista. Compartilhar, participar, essa é a tarefa, a prioridade, de todos os que lidam com o público, que ganham a confiança dele”.
Oprha Winfrey
Vinte e cinco anos de The Oprah Winfrey Show mudaram a América. Para melhor. Posso afirmar, pois estava lá na primeira presidencial de Barack Obama. Uma white woman brasileira, com negros, agitando pró Obama. OW foi fundamental para a vitória do presidente reeleito.
Mesmo engajada com as causas de sua raça Oprah nunca baixou o nível. Manteve-se Repórter da noticia, da entrevista, com objetivo de bem informar, para todos.
Enquanto no Brasil, discutimos racismo de arquibancada; descascamos banana pelos vídeos; celebridade instantânea toma banho de água gelada para ser vista na TV, mas, não assina cheque para a causa; com estilo confessional e agenda social/racial positiva, Oprah quebra tabus, aponta alternativas, luta por uma América mais justa, mais democrática.
Yes, you can! Mostrando lições de vida de espectadores. Sem essa de coitadinho. Choradeira. Sem querer ser a boazinha da TV. Sempre na máxima americana: Yes you can. “Você pode sim, mudar a sua vida”. Mas, como? Ai, a diferença. Sem arrogância, OW, discute variantes, alternativas. E aponta o dedo.
Celebridade no sentido mais exato da palavra. Milionária. Ela poderia ficar no bem bom, no “vou ser mais eu” em sua Promised Land de 52 milhões de dólares na Califórnia. Mas, OW assumiu compromissos com milhões de espectadores. Seus compatriotas. Ela, não jogou a toalha. Tipo: “Tô me lixando com o Brasil. Eu quero ser mais eu”.
Empresária social, participativa, ela investe em filmes sobre as lutas de seu “people”. Ver o Mordomo da Casa Branca. Com o seu canal a cabo OWN (próprio) Oprah Winfrey Network alcançará voos mais altos.
Ela entrevista modelos, músicos, donas de casa, cozinheiros famosos, cirurgiões, crianças, idosos. Mas, para OW não existe ôba-ôba, baboseira televisiva. Com uma receita de bolo, uma pitada de sal, uma porção de açúcar, ela acaba com a carreira de corruptos, de políticos pilantras, imorais#.
Sete de setembro em Nova York
No centro de Manhattan. Avenida das Américas ( Sexta Avenida). Tendo ao fundo a Biblioteca de Nova York, frente para a Quinta Avenida, está a imponente estátua de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência do Brasil.
A Casa do Brasil convida para a cerimonia cívica junto à estatua, domingo, as 12 horas. Para mais informações benitoromero@hotmail.com. Setembro é o mais verde e amarelo dos meses. Há festas, eventos, shows, em várias partes do mundo.
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