Há poucos remanescentes da Revolução de Outubro e da Primeira Guerra Mundial. Na Rússia e nos Estados ainda há combatentes e testemunhas da Segunda Guerra. Por séculos, russos e americanos receberam educação bélica. Significando: defesa e amor à pátria, formação de caráter. O veterano de guerra, o aposentado silencioso, o trabalhador deslocado, elegeram Donald Trump.
Já incursionei por temas tabus. E o faço agora certo deste ser mais um original. Por ter vivido em Moscou, nos anos dourados do comunismo, com acesso ao soviet way of life, ter vivido em Nova York e participado ativamente do american way of life, ofereço considerações e questionamentos sobre o fim da União Soviética e a fragilidade atual dos EE.UU.
O maior império do mundo foi criado a ferro e fogo: Persas, otomanos, godos, escandinavos, escravizaram a região. Os vikings se chamavam de rus. Foram ficando. E assim nasceu o russo para identificar eslavos.
Átila o Rei dos Hunos, o Flagelo de Deus, dominou da Europa Central ao mar Negro, do Danúbio ao Báltico. O mongol Gengis Khan passou pelas muralhas da China e voltou para dominar o sul da Rússia. Eslavos já tinham o seu Primeiro Estado: Rus de Kiev. Em 988, o cristianismo chegou às estepes, à Sibéria.
O Primeiro Czar dos russos foi Miguel Romanov. Pedro I expandiu o império do Báltico ao Pacifico. Nicolau II, o último dos Romanov, foi assassinado com a família imperial. Em outubro de 1917, Vladimir Lênin assumiu a liderança da revolução. E do governo comunista.
O Novo Mundo: América e Brasil são o Novo Mundo. Irmãos com oito anos de diferença seguiram caminhos diferentes à independência. Os EEUU dominados pelo império britânico. O Brasil pelos portugueses fugindo de Napoleão Bonaparte.
Treze colônias se rebelaram. Foram para a guerra e venceram o império. O primeiro presidente dos Estados Unidos foi George Washington. A jovem nação com a sua Constituição modelou o mundo ocidental alternando presidentes e praticando a soberania dos Poderes: Legislativo, Judiciário, Executivo.
O presidente Lincoln sabia o risco que corria ao enfrentar os escravocratas. Não acovardou-se. Não fez cambalacho. Aboliu a escravidão. Venceu a Guerra Civil. Foi assassinado.
Os Estados Unidos ajudaram franceses com a queda da Bastilha e o advento da Revolução Francesa. Mas, a Monarquia voltou ao poder. Os Estados Unidos foi o primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil.
St. Augustine, a primeira colônia espanhola: A velha Europa cobiçava esse Novo Mundo. Rico em terras férteis, matéria prima, mão de obra escrava (índio e negro). A Inglaterra detinha seus redutos coloniais. A Espanha já dominava o México. Invadiu a Flórida, Texas, Virginia, Novo México, Califórnia. St. Augustine foi a primeira colônia espanhola.
Daí tanto nome de santos em cidades da Califórnia, cuja capital é Sacramento. São Francisco, Los Angeles, San José, Santa Clara, Santa Monica, San Diego. Mas, vi o filosofo, palestrante, formador de opinião, Professor Mário Sergio Cortella, dizer no Jornal da TV Cultura que esses nomes derivam da “invasão” dos EEUU ao México. (Dominado pela França. E com o Rei mexicano Maximiliano).
Entre tantas mentiras ideológicas, ouvi, li: “O Japão não atacou Pearl Harbor. Foi armação dos EEUU para entrar na Segunda Guerra Mundial”. “O ataque terrorista às Torres Gêmeas em NY foi uma farsa. Operação da CIA com o presidente Bush”. “Os americanos não pisaram na Lua. Foi propaganda”. A catedrática Marilena Chauí, formadora de “opinião”, conselheira ideológica dos governos bolivarianos, ensina que o Juiz Sergio Moro é agente da CIA plantado para perseguir Lula”.
Por IBOPE e ficar bem na manada a inteligentsia brasileira repete isso nas universidades, nas TVs, jornais, mídia, com a maior “seriedade histórica”. Milhões de brasileiros foram educados aplaudindo e acreditando em falsidades ideológicas, matriz da propaganda soviética que ainda intoxica seus herdeiros e os seguidores do delírio bolivariano.
New Amsterdam-New York: Os franceses entrando pela região central. Holandeses e suecos no nordeste. Em 1624, criaram New Amsterdam, mais tarde New York. Em 1636, Harvard, a primeira universidade. Em 1704, o primeiro jornal, Boston New- Letters. Russos tiraram sua casquinha na invasão dos EEUU. Em 1812, na Califórnia, levantaram o Forte Russ.
Sem dinheiro para bancar suas guerras, Napoleão vende o território de Mississipi, Louisiana, incluindo a já efervescente New Orleans. (Fala-se francês e dialetos na região).
Era pratica no Direito Internacional impérios vender colônias. Em 1819, a Espanha vende a Flórida. Na sequência, a Rússia precisando de dinheiro para suas guerras com poloneses, alemães, chineses, mongóis, vendeu o território do Alaska. Mas, a propaganda “soviética” ainda dominante no Brasil ensina que os Estados Unidos invadiram esses, e outros territórios. (Temos a história do Acre até hoje não devidamente esclarecida. Trocamos por um cavalo branco? Invadimos a Bolívia? Compramos o território do Acre?)
A União das Republicas Socialistas Soviéticas: Conflitos étnicos sempre existiram no Cáucaso, Geórgia, Armênia, Ucrânia, Lituânia, Letônia, Estônia, Finlândia, Azerbaijão, Afeganistão. O Czar, Pai e Deus da monarquia hereditária sufocava a bala. Mais de 100 grupos étnicos e seus dialetos com 46% de russos impondo o idioma. Em 1922, em jogada genial, Lênin cria a URSS- União das Republicas Socialistas Soviéticas.
A Segunda Guerra Mundial, a Guerra Pátria, unindo os povos da URSS, deu gloria e folego a Stálin. Com Kruschev, Breznev, Gorbatchov, e o despertar cultural e social das etnias cansadas do domínio russo a União começou a trincar, desintegrar-se.
Diferentemente dos EEUU, a URSS, a Rússia, não sofreram impactos migratórios de africanos, asiáticos, europeus, latinos. Seus migrantes eram internos. Suas etnias do início dos tempos. Durante a experiência comunista estrangeiro não entrava. Tinha que ser convidado do Partido, do governo.
Gorbatchov sacudiu a URSS: Deixando de lado a bullshit ideológica premissa dos protestos contra Donald Trump, coloco lado a lado, com as devidas restrições de tempo, espaço, política, economia: Gorbatchov e Trump.
Com a Perestroika (Reestruturação) e a Glasnost (Transparência) Mikhail Gorbatchov sacudiu e acordou o povo soviético, deitado eternamente em berço esplêndido nas plumas da ilusão comunista.
Milhões foram às Ruas. As novas gerações não acreditavam na ideia de sociedade sem classe, que não se concretizara. Burocratas, o Partido único, engessaram o país. Oligarcas e mafiosos tiravam proveito da reestruturação das fábricas, da criação de cooperativas rurais. Boris Yeltsin liderava o grupo que queria mais, muito mais. Tirar os comunistas do comando da nação. Ao assumir o poder Yeltsin decretou o fim da URSS.
Foi preciso um comunista com educação bélica, graduado da KGB, para evitar o colapso geral da Rússia.
Vladimir Putin está conseguindo frear os cavaleiros do capitalismo selvagem.Enfrentou o movimento separatista da Tchetchênia. Combate terroristas e se prepara para enfrenta-los na Copa do Mundo 2018.
Trump sacode os EEUU: Desde Jimmy Carter, problemas e doenças do sistema americano são jogadas para debaixo do tapete. Embelezados, humanizados, sob o manto da democracia, caridade religiosa, e dogmas como: a América é um país de imigrantes. (Portanto, portas, portões, fronteiras, devem estar abertas para quem quiser se refugiar e se dar bem nos Estados Unidos).
Fala-se em 12 milhões de ilegais nos EEUU. Nos chamados santuários de imigrantes ninguém sabe quantos são. Mas, sabe-se que em breve, na Califórnia, hispânicos serão maioria e o espanhol o primeiro idioma. Todo dia, dezenas entram ilegalmente para desfrutar e tirar proveito do American way of life conseguido com ward work e inteligência.
Trump assusta
Mas, ele está dizendo que há Imigrante e imigrante.
Que aquele imigrante que desbravou o oeste; criou cidades; ferrovias; indústrias; lutou e morreu nas guerras contra invasores; pela libertação dos escravos; contra o nazismo e o fascismo, nas guerras pontuais da Guerra Fria (Coreia, Vietnam) não é o mesmo imigrante deste século de mudanças rápidas, mirabolantes. De gangues, traficantes, terroristas.
Lei e Ordem: E como o Tio Sam conseguiu manter-se podendo acolher milhões de estrangeiros? Por que fazem de tudo para entrar nos Estados Unidos? Porque seus fundamentos de Lei e Ordem, tecnologia avançada, boas universidades, modo de vida, valores, funcionam e foram mantidos até agora.
A França, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Itália, sofrem pressões e desgastes em seus sistemas públicos de escola, saúde, moradia, segurança. Até quando terão dinheiro para pagar tudo? (De graça, para quem usufrui).
Conflitos, protestos, criados de fora para dentro abalam a segurança social. Estão os Estados Unidos preparados para essa mudança global tão rápida? Podem receber mais 10 milhões de imigrantes? Conceder visto de permanência para mais 10 milhões ilegais? Acomodar 10 milhões de refugiados em período social tão curto? O tempo Trump dirá.
Juntos na Segunda Guerra. Juntos na Guerra Fria. Juntos agora.
Se Trump conseguir frear seus auxiliares dos tempos da Guerra Fria, uma aliança entre a duas maiores potencias militares é essencial para enfrentar desafios. EEUU e URSS lutaram juntos contra o nazifascismo. Abalaram o mundo com conflitos armados, espiões, ameaças, marchas e contra marchas da Guerra Fria. Os americanos não devem temer a Rússia “comunista”. Ela não existe mais. O sonho dos soviéticos era superar o capitalismo americano. O sonho das novas gerações russas é ter o que os americanos têm.
Na URSS, sem liberdade individual, música, literatura, poesia, cinema, artes em geral, perderam força cultural. O realismo soviético não conseguiu destruir historia, tradições, valores, das Repúblicas e suas etnias. A revolta silenciosa fervilhava. Não foi o medo de competir na Guerra nas Estrelas de Ronald Reagan que esfacelou a URSS.
Não foi a escassez de trigo. Filas para comida foi um must na Rússia imperial, soviética. Foi a migração interna e seus anseios por liberdade e uma vida melhor que forçou o fim da URSS. Os heróis da Rússia e dos Estados Unidos são outros.
Trump e Putin travam a batalha das gerações. Terão que lutar com os mesmos inimigos. Os EEUU deixaram-se vulneráveis. Como a União Soviética, estão sendo minados por dentro. Se a Rússia perder seus valores. Matar a “ruskaia duchá”, o caos deles atingirá o mundo todo.
A globalização comercial, financeira, tecnológica, continuará. Mas, a globalização étnica, religiosa, sem fronteiras, não terá chance. Sobreviverá a nação que segurar-se às suas tradições e valores. Sem eles, será o caos e a barbárie. Já instalados no Brasil.
Trilha sonora: 1. https://youtu.be/xG2dJAF1MRM. (Rússia)
2. https://youtu.be/4QNUePs_pQ4.( Estados Unidos).
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*Jota Alves formou-se em Direito Internacional, Moscou. Fundou o jornal The Brasilians e criou o Brazilian Day em Nova York. Exerceu funções de Secretário de Governo em Mato Grosso. Edita os blogs Repórter na História e O Dia do Brasil.