Trilha sonora: Jacques Brel La valse à mille temps Paroles (Lyrics)
O Brasil tem um dos melhores serviços de relações exteriores do mundo. Mas, o Brasil não tem uma das melhores PEB- política externa brasileira- do mundo. Quarenta anos no exterior sou testemunha da solidez da nossa diplomacia. Não fui um outsider. As minhas atividades exigiam contato amiúde com as nossas representações diplomáticas.
Representar, informar, negociar
No quesito Representar o Itamaraty sempre ótimo. As nossas embaixadas bem situadas. Muitas com sede própria. Com raríssimas exceções muito bem administradas. Um mal feito lá. Um suicídio acolá. Mas, sem extrapolar e comprometer as boas normas do serviço público e as melhores tradições da escola Rio Branco. A dúvida da qualidade da nossa diplomacia surge no quesito Informar e Negociar.
No RH Um livro para a presidente com detalhes da degeneração pessoal de Kadafi coloca-se a pergunta: o embaixador George Fernandes, o ministro de RE, assessoraram correta e diligentemente o presidente Lula? A diplomacia ocidental sabia que a revolta seria vitoriosa. O presidente do Brasil não sabia que Kadafi seria de fenestrado do poder? Lula foi devidamente informado sobre a Primavera Árabe? Ou se o foi não deu importância às orientações diplomáticas?
Por que o presidente do Brasil continuou a dar declarações vexatórias? Nenhum assessor. Nenhum diplomata disse a Lula que para seu marketing de cocalero Evo Morales o convidaria e insistiria para que o presidente do Brasil pousasse ao lado dele com colar de folha de coca? Nunca, jamais, em tempo algum, na nossa história, um presidente da República se deixou fotografar com forma e conteúdo tão humilhantes e ultrajantes à imagem do Brasil.
No maior consumidor mundial de crak-um derivado da cocaína- a foto Lula/Evo de colar de folha de coca serve de salvo conduto na escancarada fronteira Brasil/Bolívia. Com a frase Amigos para siempre. Entre nós, a minoria barulhenta aplaudiu a irresponsabilidade do presidente: “O Brasil não tem preconceitos, nossa diplomacia é pragmática”. Lula/Brasil foram usados para Evo Morales justificar o aumento de área plantada de coca.
“Luta contra o império é conversa pra boi dormir” explica o boliviano Don Adolfo Villejos. “Evo expulsou a DEA para plantar mais coca. Antes dele a Bolívia fornecia as folhas, a pasta. Hoje a cocaína boliviana já suplanta a qualidade da colombiana e da peruana. O Brasil é o maior corredor de drogas para a Europa”. Para a imprensa sem analistas internacionais apenas mais uma noticia. A TV Globo, líder em audiência, mas sem comentaristas internacionais, sem jornalismo investigativo, emudece sobre o assunto.
“A Líbia está caminhando para um processo de democratização”
Um ano após o coronel Muammar Kadafi tomar o poder os militares brasileiros assinaram com ele, em 1970, o Acordo Básico de Cooperação. E o Brasil vendeu tanques, armas, munições. Abriram-se perspectivas para empreiteiras brasileiras em obras de infra-estrutura. Anos mais tarde pelo decreto 4.865 o Brasil suspendeu as sanções contra a Líbia que se comprometera a não apoiar terroristas. Em novembro de 2006, em Abuja, na Reunião de Chefes de Estado da América do Sul e África, dá-se o primeiro encontro Lula-Kadafi.
“Nessa ocasião” ensina o diplomata brasileiro NPV “Lula fazendo diplomacia presidencial de baixa qualidade e já com a cabeça feita por Hugo Chávez/Fidel Castro soltou a pérola negra: “A Líbia está caminhando para um processo de democratização”.
“Com exceção dos engajados, dos alinhados ideologicamente, dos lobistas, os diplomatas em Trípoli sabiam da repressão, corrupção, torturas, assassinatos, orgias. Tudo era na base de subsídios estatais. Para sucesso a empreiteira tinha que ter um sócio líbio, parceiro, amigo, parente, laranja, de Kadafi”.
“Nós queremos o Brasil. Nós não queremos Lula”
Mohamed AL diplomata líbio desabafa: “Nós queremos o Brasil. Os povos muçulmanos não se interessam por peitos, bundas, carnavais, mas amam o futebol brasileiro. Isso nos aproxima muito. E precisaremos de seus engenheiros, técnicos, de suas empresas para obras de infra-estrutura. Meus dois filhos trabalharam para a Odebrecht, a primeira empreiteira brasileira com negócios de US$ 1, 4 bilhão. Depois foi a Andrade Gutierrez, a Queiroz Galvão”.
“Mas, Lula desprestigiou e desrespeitou o povo líbio com seus abraços e elogios descabidos a Muammar”. Lula seria vaiado e até ofendido no Cairo, em Trípoli, se repetisse o que disse de Mubarack, de Kadafi. O Brasil é sempre bem vindo. Mas, Lula, como vocês dizem, pisou na bola, com os povos árabes em luta pela liberdade. Lula se aliou aos ditadores para abrir negócios para as suas empreiteiras preferidas. Qual a diferença dos texanos de olho no nosso petróleo e a diplomacia pragmática de Lula”?
“Seu ministro de relações exteriores explicava “não se trata de ideologia e sim de negócios”. Ha que ser decente na diplomacia. Decente nos negócios. Vocês falam em direitos humanos aí dentro do Brasil, mas aqui foram se aliam aos que desrespeitam direitos humanos. Lula sempre apoiou o sanguinário Bashar da Síria. Para manter-se no poder Assad usará armas químicas contra seu próprio povo”.
“Lula não é mais querido em Bahreim, Iêmen, Jordânia, Marrocos, Tunísia, Omã, Egito, Líbia, Síria. Sua presidente disse: “Não vou negociar nos direitos humanos. “Não há concessões nessa área”. Esperamos que a sua presidente recupere a boa e positiva tradição da diplomacia brasileira”.
“Meu amigo e irmão”
Diplomacia presidencial é faca de dois gumes. Uma frase. Uma foto. Uma escapulida na noite. Uma secretária a bordo. Podem jogar o país no lixão da história. Tem que haver sintonia entre o presidente e seu ministro de relações exteriores: Stálin e Molotov. Getúlio e Oswaldo Aranha. Nixon e Kissinger. George Bush e Condolezza. Hugo Chávez e Maduro. Obama e Hillary.
O presidente tem que estar sempre bem informado. Tem que gostar de ler. Sempre ávido em aprender. Já que embaixadores pouco falam com o presidente o ministro RE tem que ser preciso em seu briefing. Em nação-continente como a nossa o presidente, sem síndrome de farda, tem que ter excelentes assessores militares. Um bom serviço de inteligência.
Na Cúpula da União Africana o presidente do Brasil, mais uma vez, crossed the line. Eufórico pelos aplausos, abraços, batidinhas nas costas, sentindo-se o Cara entre Reis e ditadores Lula quase beijando Kadafi mandou a frase de laje fúnebre “meu amigo e irmão”. Literalmente, repetindo Hugo Chávez, mestre da bajulação regada a presentes e petrodólares.
Para fazer uma dobradinha de dois grandes produtores de petróleo- Líbia e Venezuela- Hugo Chávez usou Lula/Brasil para sua rápida aproximação com o mundo árabe. O terceiro encontro de Lula e Kadafi se deu na II Cúpula América do Sul África, na Venezuela. Hugo Chávez criou também a ASPA- Cúpula América do Sul e Países Árabes. Com aval do Brasil.
Le Brésil, ce n ést pás un pays serieux
Vivendo no exterior a frase atribuída ao presidente Charles De Gaulle ficou como osso de lagosta atravessada em minha garganta. No meu nacionalismo juvenil escrevi e xinguei contra ela. Não por acaso o charmoso presidente Jacques Chirac quando se dirigia a jornalistas e diplomatas brasileiros ia logo dizendo: O Brasil é um país sério.
Sobrou para o nosso embaixador na França Carlos Alves de Souza. Que segundo a lenda teria mexido na frase que seria muito mais pesada contra o caráter brasileiro. Presidentes não saem por aí falando asneiras sobre outros presidentes. Há que se conter. Frases podem ser fatais. Brasil, país do futuro, do escritor Stefan Zweig nos marcou para sempre. Américo Vespuccio: Se há paraíso, é aqui. Em se plantando tudo dá. Ronald Reagan: Mister Gorbachev é mensageiro do diabo. Marta Suplicy: Lula é Deus.
Lula para Secretário Geral da ONU
No dia 9 de outubro de 2010 Evo Morales lançou o nome de Luis Inácio Lula da Silva para Secretário Geral da ONU: pelo crescimento econômico do Brasil, por sua consciência política, por sua luta pelos direitos humanos. A ABI de lá distribui a noticia mundo afora. Foi mais uma manga de Hugo Chávez que o Itamaraty chupou. Ele mandou Evo lançar. Se colar. Colou.
Toda a diplomacia brasileira a serviço de mais um huguismo plantado no ego de Lula. Seu ministro de RE fingiu acreditar. A imprensa engajada e a imprensa analfabeta em assuntos internacionais aplaudiram a notícia. Falou-se em subir o gás da auto-estima nacional. Seria o máximo. Lula mais famoso que Carmen Miranda, Villa Lobos, Pelé, Airton Senna, Romário, Ronaldinho, Ronaldo. O país sangrou para alcançar a estrela inalcançável.
Assessorar sem bajular e endeusar. Vejo e enxergo o que fizeram com Lula. Uma barbaridade midiática. O transformaram num embrulho com fita diplomática. Lutando contra a maré do escândalo Mensalão ele disse “não vou para o matadouro sozinho”. As bruxas por cima de Brasília anunciavam escândalos. O país parado por causa de Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, José Dirceu.
O Brasil parado sem obras de infra-estrutura. Altíssimos níveis de criminalidade. Capitais cercadas por godos e visigodos. Corrupção galopante. Educação, Saúde, Segurança, públicas, um desastre absoluto. Desordem urbana. Cracolândia por toda parte. Bem assessorado no quesito marketing político Lula foi salvo do fogaréu que se alastrava pela presidência. Pelo cala boca com as muitas Bolsas. E pelo exterior.
Para dar a volta por cima o levaram para o mundo do faz-de-conta, da fome zero, das Cúpulas.
Sempre propenso a auto-elogio, repetindo o “nunca antes na história desse país” Lula foi atraído pela fogueira das vaidades. Se achando mesmo o Cara mandou Barack Obama adquirir experiência política. Vangloriava-se de nunca ter lido um livro. “Não preciso de diploma universitário para ser presidente da República”. Lula se sentia o Princípio, o Meio, o Fim.
A montagem de Hugo/Evo Morales, com aplausos da Evita Kirchner, de Lula para secretário geral da ONU, virou pasta-base de baixíssima qualidade. Rala tóxica. Diplomata uruguaio, meu colega da faculdade de Direito Internacional, manda mensagem com muitos hi, hi, hi: “tavarich com esse jeito anárquico de ser, de se projetar, Lula na secretaria geral da ONU? Deve ser mais um chiste brasileno”. “Vamos promover a El pobrecito presidente Mujica para secretário geral de La ONU”.
E mais hi, hi, hi, com as noticias pelas Américas: “Chegam por aqui os escândalos do Deus de Marta Suplicy a ex do argentino que se faz passar por francês. Estão nas principais manchetes do mundo com uma frase de triplo sentido: atrás de um grande homem há uma grande mulher. Fala-se no sugar daddy. No bebê de Rosemary. Viva Brasil! Passando mais tempo na Europa e na África. Com o Instituto lançando eventos. Com bastante dinheiro disponível para limpar e blindar imagem. Dilma ou outro presidente podem voltar a indicar o nome de Lula para Secretário Geral da ONU. Lula vem repetindo que pode sim se candidatar à presidência da República.
Hugo Chávez plantou “admiradores seus” junto à Lula.
A Venezuela, o país mais corrupto da América Latina, segundo a Transparência Internacional, alto índice de criminalidade urbana, sem nenhuma importância política mundial passou a falar e a influir via Brasil que dava “pancadas de baixa intensidade nos Estados Unidos”. Estratégia de pura enchensão-de-saco. Não há questionamento sobre a rapidez com que Hugo Chávez “dobrou” a política externa brasileira à sua disposição. Como ele conseguiu em tempo recorde plantar admiradores e defensores seus colados à Lula?
Em 2013 vão aparecer os primeiros cipós desse nó cego com nomes e valores. Mas, o estrago já foi feito. E no Brasil sem memória o mal feito de Hugo e Lula cairá no esquecimento. Ou serão classificadas como calúnia!
A bajulação e o endeusamento levaram Lula que, ditava regras no Brasil, a crer na possibilidade de ditar regras para o mundo, a partir de uma cadeira no final de minha querida Rua 46, Nova York. Seu ministro de RE o chamava de Chefe. Guia. Afinal o terreno vinha sendo preparado com o país abrindo mais e mais embaixadas. Ou seja, mais votos na ONU. O Brasil é o país da América Latina com o maior número de embaixadas. A presença de tropas brasileiras no Haiti dava garantia que poderíamos sim ocupar assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Tava tudo escrito nas estrelas. Mas eis que o cometa popular começa a derrubar ditadores aliados e protegidos da dupla Hugo/Lula.
Ao apoiar Bashar Assad o assento do Brasil no Conselho de Segurança foi pro brejo. Bashar foi mais um ditador sanguinário a condecorar Lula pelos “bons serviços prestados”. O caminho a Damasco está curto. Mais um ditador, estuprador de direitos humanos, com as horas contadas.
A diplomacia pessoal
Lula não ouvia ninguém? Fazia tudo que queria? A su manera? Disseram-lhe para não misturar diplomacia presidencial com diplomacia pessoal? Por que o senado, o congresso nacional, nunca questionaram a política externa de Lula? De seu ministro de RE?
“Simplesmente por que somos analfabetos em política externa”
Responde amigo, assessor de senador da República:
“Você sabe quem preside a Comissão de Política Externa do Senado? A que aprova embaixadores e deveria ser ouvida em questões vitais de nossa política externa? Nada mais, nada menos, que o novo aliado, o amigão de Lula, Fernando Collor”.
A barriga do Ronaldo e chás medicinais
A TV Globo em seu Fantástico dedica tempo à barriga do Ronaldo, garotas, amenidades. O então excelente Globo Repórter agora com irrelevâncias, lindas imagens do Pantanal, do Alasca, do Himalaia, receitas de chás medicinais. Por que não criar um quadro de opinião internacional? Tipo crossfire. Dois analistas com opiniões diferentes sobre o mesmo tema. Isso seria informar. Educar. A cuiabana Délia Ortiz vem fazendo excelentes reportagens sul-americanas. Por que não dar-lhe mais tempo para opinar? Noticias é o que mais temos pela internet. Nada contra a barriga do Fenomeno. Torcemos para ele emagraçer. Mas, ponto de vista, pouquíssimo, fraquíssimo. Em assuntos nacionais temos Alexandre Garcia. Daí a frase de Gabriel Garcia Marques na abertura deste blog. Vez por outra um artigo sobre política externa de embaixador aposentado no Estadão, Folha, o Globo. De leitura restrita.
O Jornal da TV Cultura/SP é o único com analistas de assuntos internacionais.
Há também um programa semanal com correspondentes estrangeiros no Brasil. Ambos com pouca audiência. Quem quiser saber mais que leia Diplomatique, o Le Monde, El País, Newsweek. Somos analfabetos em política externa. Em geografia mundial. Com o Congresso mudo. Com a imprensa sem analistas. Sem reportagem investigativa. Os mal preparados, espertalhões, deitam e rolam em nome do Brasil no exterior.
Como lá fora gostam e admiram a nossa música, o futebol, acabam sendo enganados por espertalhões. Canalha aqui dentro. “Gente boa” e celebridade, lá fora. O que a TV brasileira faz é noticiar. Seus correspondentes fazem legenda eletrônica de imagens via satélite. Não informam. Não opinam. Não fornecem uma inside info. Poucos conhecem programas como o Brazil Connection com o âncora Lucas Mendes. E a sua turma de craques em assuntos internacionais.
Deixaram o presidente Lula livre e solto no exterior. Cobertura presidencial é uma obrigação. Um dever jornalístico. Não uma boquinha no avião presidencial. Não se trata de perseguir. Não se trata de elogiar. Trata-se de bom e necessário jornalismo. Ruim em Educação. Péssimo em Cultura. Restam ao povo brasileiro a independência e a inteligência de seus jornalistas.
Temos dois presidentes. Dilma aqui dentro. Lula lá fora
Lula, sob tratamento de doença séria, continua fazendo viagem de 9, 13, 18 horas de vôo. Fechando pontas de negócios desfeitos pela queda de ditadores? Quando Pelé aparece é o Brasil que aparece. Quando Lula fala é como se o Brasil falasse. Dilma o autorizou a falar em nome dela? Está autorizado pelo Legislativo? Pelo Judiciário?
Lula aciona embaixadas, diplomatas, empresários. Recebe tratamento diplomático de presidente. Alguém do Itamaraty já lhe disse para descansar? Deixar a ribalta com dignidade? Ditar as suas memórias? O pau tá comendo. Valério abrindo a boca. Rosemary, sentindo-se usada, abandonada, pode sair do controle. Carlinhos Cachoeira ameaçando abrir as comportas. E Lula no exterior usando todo o potencial do Brasil a seu favor.
O baú da felicidade está sendo remexido. Tem muito lixo no fundo dele. Em dezembro 21, às 21 horas, o fim do mundo chegará para muita gente. A imprensa mundial sabe melhor que nós, o que acontece no Brasil. E Lula não para um minuto. Essa sua sofreguidão. Esse destempero diplomático. Essa euforia de microfone na mão. Seriam sintomas colaterais dos remédios que vem tomando? Ou ele é assim mesmo?
Com o diagnóstico que tem o que ele mais precisa é de repouso físico e mental. Tivesse Hugo Chávez falado a verdade para o povo. Se retirado. Descansado. Ido para os melhores centros de oncologia do mundo quem sabe o desfecho lhe seria outro. O delírio megalomaníaco, a ganância de poder, o sentir-se o Tal, o Único, o Salvador, levam a desastres pessoais e coletivos.
“A presença de Lula está piorando a imagem do governo”.
Lula fala a sindicalistas alemães e apóia o SPD, Partido Social Alemão, contrários à política de austeridade de Ângela Merkel. Dilma está sendo induzida a criticar a chanceler que com pulso forte, personalidade de estadista, tem mantido a Europa no equilíbrio. A presidente Dilma, terminando seu segundo ano de governo, deveria se aproveitar do que lhe resta de prestigio internacional. Deixar o seu governo entrar na “onda” do Instituto Lula é desprestigiar o seu Ministério de Relações Exteriores. Sair do país para se reunir com Lula na França é desmoralizar mais ainda a instituição Presidência da República.
Diplomata brasileiro na Europa: “Lula está manchando a boa percepção que ainda se tem do Brasil no exterior, principalmente na Europa, onde se lê, ouve, se sabe das coisas. Lula acossado em seu próprio país se lança no mundo que lhe resta, para mais uma vez, dar a volta por cima. Acontece, porém que carisma e fama, não são eternos. As redes sociais, a velocidade das notícias, não deixam governantes repetir mentiras. Marketing político, blindagem de imagem, são coisas do passado”.
Não seria mais digno à nossa imagem no exterior nomeá-lo ministro de relações exteriores?
Na verdade temos dois presidentes. E presidentes morrem. Quem no Brasil sabe dos negócios fechados entre Lula e Hugo Chávez? Quais os resultados para o Brasil das inúmeras viagens de Lula ao exterior? De sua diplomacia pessoal? A nossa fragilidade institucional é gritante. Vivemos em casa de mão Joana, permanente. Lula fechou acordo em nome do Estado/povo brasileiro. Assinou perdão de dívidas ao Estado/Povo brasileiro. Fez doações com dinheiro do Estado/povo brasileiro. Lula autorizou empréstimos do BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica, recursos do Estado/povo brasileiro.
Como um Rei sem monarquia parlamentar fez o que lhe deu na telha. Continua fazendo o que bem entende como ex-presidente. E a líder em audiência mostrando a barriga de Ronaldo! A combinação de dependência mútua Poder Público/TV é fatal ao país. A sangria de tudo que ainda é bom e sadio no brasileiro é feita, diuturnamente, com música e belas imagens.
O Instituto será o Itamaraty privativo de Lula
O Itamaraty tem que reaver o controle sobre a nossa política externa bastante chamuscada pelas repetidas gafes da diplomacia pessoal. O Instituto Lula já está na arena internacional promovendo Fórum, Conferência. Logo, logo, vai distribuir Bolsas para o Brasil. Será o “Itamaraty” privativo de Lula que nos primórdios de sua trajetória politica-eleitoral desprezava “aquele pessoal do Itamaraty, uma caixa preta de privilegiados que passam a maior parte do tempo no exterior”.
Com escândalos pipocando. Com Carlinhos Cachoeira avisando que é um “garganta profunda”. O Instituto Lula é a segunda chance para blindar Lula. De fora para dentro. O Instituto já está atuando como um Itamaraty privativo de Lula. Usurpando funções diplomáticas e comerciais do nosso excelente Ministério de Relações Exteriores. Mais uma vez Lula e a sua turma atropelam instituições brasileiras.
Lula já está se intrometendo em assunto interno da França, da Alemanha. Diplomacia presidencial é normal. Diplomacia pessoal, não. È coisa de ditador. De autoritarismo. De partido único. È show off. È de panelinha que não quer ninguém por perto. Nossos diplomatas são muito bem preparados. A presidente Dilma não precisa de emprestados, terceirizados, nessa área tão delicada. Fundamental à nossa imagem e à segurança nacional.
Embaixadores, diplomatas, uni-vos!
Diplomacia não é só percepção. A realidade nua e crua é que nos meteram em frias colossais. No ambiente que realmente interessa entre os que formulam assuntos e soluções internacionais a imagem da diplomacia brasileira se deteriora. Já li que a política externa do Brasil é “not reliable“. Se diplomacia é percepção não ser confiável é o pior que pode nos acontecer. Lula e a sua turma nos afastaram dos centros do saber, da tecnologia, ciência, da modernidade. A percepção é de atraso. E os números da nossa economia, educação, saúde, infra-estrutura, criminalidade, não os deixam exagerar.
O impedimento de Hugo Chávez
Estamos na iminência de uma orfandade “latina” com o impedimento de Hugo Chávez. Mas, como ele já mentiu a seu povo sobre a sua doença, nunca se sabe. O que é isso de câncer na área pélvica. No pênis? No reto? Na próstata? Nos testículos? Pelo sim, pelo não, Hugo Chávez apontou seu sucessor para o trono bolivariano. Seu nada maduro ministro de relações exteriores. Aquele que foi ao Paraguai tentar reverter na marra- com apoio do nosso Patriota- a queda do presidente Lugo.
Em verdade, em verdade, vos digo: Hugo Chávez tem sido o mentor da política externa brasileira.
Embaixadores, diplomatas aposentados, uni-vos. Vossos salários estão garantidos. Mexam-se. Escrevam. Palpitem. Na nossa pobreza institucional, segundo as enquetes, pesquisas, redes sociais, restam-nos as Forças Armadas e a Polícia Federal. Com 40 anos de exterior posso afirmar que o nosso Ministério de Relações Exteriores, conhecido como Itamaraty, é uma das melhores, mais sérias, entre as instituições brasileiras. A obra de Rio Branco não pode continuar a ser tão humilhada e ultrajada. A diplomacia brasileira a reboque do chavismo? Uma filha bastarda da Venezuela de Hugo Chávez? Essa não! Pelo amor de Deus!