Trilha sonora:
Com o país esfarelado, resta-nos continuar sonhando. Crie o seu time dos que poderiam dar a volta por cima se a presidenta os aceitasse em seu entourage particular. Eu imagino craques no que fazem dirigindo ministérios, estatais, defendendo e alavancando o país. Marcando golaços para o Brasil.
Neymar, Ministro das Relações Exteriores. Thiago Silva, Ministro da Defesa. Marcelo, no Planejamento. Dilma convidaria Iniesta para Infra Estrutura. Messi, ministro de Comércio Exterior, driblando americanos, chineses, cubanos, bolivianos, tabelando com Neymar. Com o Brasil na dianteira.
Um timaço de craques que colocam a tecnologia do jogo no lugar ocupado pela ideologia de chuteiras velhas e chulé. O português Cristiano Ronaldo, com certeza, aceitaria o convite para ser embaixador do Brasil pela Europa.
Não sei se Dilma Rousseff, filha de búlgaro, iniciou-se no marxismo-leninismo na infância. Sei que foi da Bulgária, onde a língua russa codificada com ortografia, fonética, gramática, espalhou-se pela imensidão russa e leste europeu.
È possível que o seu pai lia literatura comunista dos anos 30/40/50. E se assim foi, os primeiros homens/camaradas da presidenta, foram Marx, Engels, Lênin, Stálin, Mao-Tse-Tung. Depois surgiram os que a cooptaram para a luta armada sob a influência de Che Guevara e sua quimera de criar um Viet- Nam na América do Sul, com guerrilha rural e urbana.
A porta aberta por Leonel Brizola
Leonel Brizola voltou do exílio, boa parte do qual na “minha Rua 46” em Nova York. Fundou o PDT. Abriu uma porta para Dilma, tirando-a do anonimato, da “clandestinidade”. E a partir daí seguir carreira política tradicional no PDT, no governo do Rio Grande do Sul, no PT, ao lado da presença marcante dos governadores Alceu Colares e Tarso Genro. Dois homens da presidenta.
Com Lula perdendo a confiança em companheiros de trajetória; e já decepcionando companheiros de trajetória; cercado de pessoas sem condições objetivas de administrar o país; e com o Mensalão tirando o articulador, o brain José Dirceu, da Casa Civil, eis que a mulher digitando um laptop impressiona Luis Ignácio, o presidente que sem nunca ter lido um livro, sem precisar de diploma universitário, realizou a proeza alexandrina de governar o país-continente. Daí para frente, todos sabem o que aconteceu/acontece.
Lula, o principal homem da presidenta.
Da ditadura do proletariado para o Lula Paz e Amor, e um vice-presidente doente e inútil, o Brasil caiu na maior arapuca “ideológica” de sua história. O que o presidente Jânio Quadros provocou ao renunciar; o que João Goulart provocou ao fugir para o Uruguai; o que o presidente Fernando Collor deixou o seu tesoureiro PC Farias aprontar provocando a sua renúncia; para usar uma expressão do próprio Lula, foi uma merreca, em comparação ao tsunami político, administrativo, e moral, causado por Lula e seus homens.
E, seguido cegamente por mulheres deslumbradas, vidiotizadas, pelo “carisma” e o populismo do Grande Líder, do Caminho, da Luz, e da Verdade. As Maria-vai-com-as-outras como as Maria-chuteira adoram o culto à personalidade na política, na novela, no futebol. Para as mobilizadas, nunca antes na história deste país houve alguém como Ele, o distribuidor e multiplicador de pães, migalhas, e bolsinhas.
“Ela é Eu”. “Eu sou o Pai dos Ricos. Ela é a Mãe dos Pobres”.
“Eles (empreiteiros e banqueiros) nunca ganharam tanto dinheiro como no meu governo”. E assim, com excelentes patrocinadores, com “essa gente branca, essa elite de olhos azuis” Dilma Rousseff foi eleita. E reeleita. Repicando erros. E o pior, distanciando mais ainda o Brasil dos centros do Saber, Conhecimento, Ciência, Tecnologia, Pesquisa, Modernidade.
E seguindo o seu Homem, alinhada ao febril e delirante Hugo Chávez, a ponto, de ressuscitar a Tríplice Aliança contra o Paraguai, para impor a Venezuela no MERCOSUL, organismo relegado ao segundo escalão das boas intenções sul-americanas. Tudo sob a batuta do Gregori Rasputin nacional, o ideólogo, articulador, bolivariano, Marco Aurélio Garcia.
O pessoal que usa frases e cacoetes ideológicos tipo GilbertoCarvalho, Rui Falcão, Maria do Rosário, Stédile, Berzoini, aparelhou o entorno de Dilma. Deram-lhe um nó cego. O tempo que não é de presidente e sim do país Lula usou em sua dependência à Hugo Chávez, Kadafi, Ahmedinejad, Evo Morales, Fernando Lugo… E não dá mais para sair por ai em busca do tempo perdido.
E o nó cego só será desatado se especialistas ajudarem a presidenta. Mas, ela tem que ver e enxergar as necessidades reais do país. Sair das sessões de conversas delirantes, desagregadoras, e ultimamente, extremamente perigosas, de Lula/Padrinho/Chefe/Grande Mentor e Guia.
Uma vela para o Progresso e outra para o Atraso
Por ser a primeira mulher presidente Dilma teve oportunidade ouro de já no seu primeiro mandato dizer a que veio. Mostrar que seria, de fato, a grande gerente que o país necessita. Mas, a obrigaram/obrigam a acender uma vela para o Progresso e outra para o Atraso. Para o Moderno e para o Antigo. Uma vela para a Modernidade e outra para a Mediocridade.
Ela pensa em fazer mudanças qualitativas, mas, a engrenagem lulista não deixa. Toda vez que ela acena para o Novo os talibãs puxam a corda em direção ao Velho. À caverna. Ela convida um Levy para o ministério da Fazenda e indica um Guilherme Patriota* para a embaixada do Brasil junto a OEA.
Ela diz aceitar as propostas do presidente Barack Obama (por exemplo) para intensificar os acordos tecnológicos, científicos, turísticos, entre o Brasil e os Estados Unidos, mas, dá declarações de apoio ao presidente Moreno da Venezuela em sua “luta ideológica, bolivariana” contra o Império do Mal, contra El Negrito de Washington.
Ela diz admirar a clareza dos argumentos alternativos de Mangabeira Unger, filósofo, escritor, planejador, mestre na Universidade de Harvard, que pode abrir portas da maior importância, mas, autoriza Marco Aurélio Garcia (o ministro das Relações Exteriores, de fato) a desferir ataques de baixa intensidade nos EEUU e dar declarações de apoio light, mas, consistente, ao Estado Islâmico e outros bárbaros da atualidade.
No cenário mundial, nos centros decisórios, a imagem do Brasil desceu a níveis insuportáveis. No exterior, leva-se a sério a nossa música, o futebol, a moda, a culinária, o agro negocio, as nossas belezas naturais, mas, o governo não é levado a sério. Em virtude de nossos baixos índices, em tudo, somos alvo de chacotas. “Brazil is not a reliable country”. (Entenda-se, o governo).
Mas, a magia continua.
E se Dilma souber e querer usar a imagem, a magia, que ainda temos e pelas quais fomos identificados, admirados, amados, ela saberá fazer amigos e conquistar pessoas para o Brasil.
Ainda temos reserva “técnica” cultural, histórica. O aposentado Bill Gates aceitaria convite de Dilma para colaborar, gratuitamente. Zuckerberg, Eduardo Saverin (criadores do FACEBOOK), empreendedores suecos, finlandeses, noruegueses, australianos, canadenses, ingleses, belgas, holandeses, austríacos, franceses, italianos, poloneses, craques da informática, ciência, tecnologia, sabem que colaborar e investir no Brasil é bom. Muito bom.
Mas, pressionada, ou sem pensar com clareza, a presidente nomeia Aldo Rabelo para o ministério de Ciência e Tecnologia. Exatamente ele que sempre foi contrário aos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra. Ao capitalismo.
Quando deputado federal ele criou projetos proibindo expressões em inglês e sempre foi aliado do Atraso latino-americano. Se, era para agradar e prestigiar o camarada aliado, o deixasse no ministério dos Esportes, onde ele teve atuação destacada e firme na condução da Copa do Mundo. E para o seu partido, o minúsculo, mas, atuante, PCdoB, o ministério dos Esportes seria muito melhor para mobilizar e conquistar simpatizantes.
Dilma deve estender a mão com sinceridade e coragem a embaixadores, adidos comerciais, especialistas em comércio exterior, empreendedores, cientistas, pesquisadores, empresários, mestres, aposentados, ou não. Temos um potencial de experiência acumulada, de conhecimento, de saber, estúpida e criminosamente, desperdiçado.
“Nem que a vaca tussa”.
Mas, a presidenta não pode continuar correndo em círculos. Nem para a direita. Nem para a esquerda. E sim para frente. Assim como demonstra disciplina para emagrecer, Dilma tem que ter coragem e auto-critica para livrar-se de dogmas, teorias, “linhas” filosóficas, políticas, “revolucionárias”, do século 18, 19, 20, que já não nos pertencem mais.
A presidenta prosseguirá no esfarelamento do país, começado pelo jeito anárquico de Lula governar e fazer política, se continuar acendendo vela para a velha guarda intoxicada, pela difícil de ser tratada, doença do esquerdismo.
Dilma ainda pode dar a volta por cima. Mas, ela não construirá um Governo Novo com idéias velhas. Comprovadamente falhas. Ou com gente nova, mobilizada, com idéias velhas. È hora de aniquilar a ideologia da corrupção. È substituí-la pela ideologia da tecnologia.
Com muitos dos homens que a cercam, a influenciam, a sabotam, “nem que a vaca tussa”, ela desatará o nó cego muito bem trançado pelos fundamentalistas, talibãs, oportunistas, corruptos, incrustados no governo.
È Dilma Rousseff quem deve escolher os Homens da Presidenta!
* O Senado rejeitou a indicação de Guilherme Patriota para chefiar a Missão do Brasil junto a OEA. 37 votos a favor e 38 contra.
Divulgue. Encaminhe www.oreporternahistoria.com.br. Contato, imagens, noticias, textos, para: oreporternahistoria@gmail.com Ver Jota Alves/Facebook. Para melhor leitura z00m 120/5.
* Jota Alves fez a Faculdade de Direito Internacional em Moscou/URSS. Fundou o jornal The Brasilians e criou o Dia do Brasil em Nova York. Foi Secretário de Governo em Mato Grosso. Edita O Reporter na História e www.odiadobrasil.com