Por insistência de amigos, admiradores, e depois de ouvir os companheiros das bases, submeto meu nome a deputado. Para continuar trabalhando pelo meu querido Mato Grosso como um servidor do povo.
A milonga de abertura em itálico, aí em cima, pode ser em qualquer estado. O brasileiro não dá a mínima para a saúde dos candidatos a vereador, deputado, senador, prefeito, governador, vice e presidente da República. Para a sujeira política inventaram o óbvio lulante: a Ficha Limpa. Tipo “improbidade eleitoral”. Que pouco tem limpado. Mas, servido para aumentar o rendimento de “servidores” da lei.
Jânio Quadros, renunciou à presidência. Bom de gogó, gole, garfo. Fisicamente conseguiu voltar à política para se eleger, outra vez, prefeito de São Paulo. Mas, era ruim da cabeça. Ninguém questionou a sua saúde mental. 2. Com a foto “o presidente Tancredo Neves apresenta melhora em seu estado geral”. Mentira profissional e política. Trinta e nove dias o povão rezando, chorando, fazendo vigília “salvadora”.
3. Para ganhar a eleição Lula Paz e Amor precisava equilibrar a imagem. Zé Dirceu escolheu a dedo o homem certo. José Alencar há muito vinha se tratando de câncer. Suas várias cirurgias, os medicamentos fortíssimos, sua capacidade física, para presidir o Brasil, nada disso foi levado em conta.
De recaída em recaída José Alencar não tinha forças para ajudar controlar a debandada no Mensalão. Sem ter ninguém para substituir o seu poderoso Operador do Sistema Lula trouxe a gerente Dilma para administrar a máquina enferrujada. Não tendo em sua turma outro confiável à presidência Lula apontou: é Ela. Se a Ficha Saúde existisse e fosse obrigatória quem sabe o país não estaria nesse estertor de má gestão, exportando corrupção, embrutecido.
Atestado de Saúde, exame médico, exigências para emprego.
Para desgosto de políticos meus conhecidos volto à Ficha Saúde Boa por considerá-la fundamental ao bem estar do país. Assim como não se compra produto estragado, fora da validade, o eleitor-consumidor politico deve exigir “prazo de validade” do candidato. Ter acesso ao Atestado de Saúde dele.
Voto é investimento social, moral. É promissória assinada em branco. É o recibo da cidadania por serviços que devem ser prestados no bairro, cidade, estado. No legislativo e executivo da nação. Os cargos são para quatro anos. Com direito à reeleição. Há político no poder há mais de 30 anos. Do bolso todos sabemos que ele está bem. Mas, ele/a estão bem da mente e do corpo? Em condições de “servir” ao povo?
Ou fazem como aquela deputada do Maranhão, esposa de senador-ministro, mãe de senador, campeã de licença médica remunerada? Ou como os que sabidamente doentes crônicos, de capacidade reduzida, são eleitos e vão se tratar nos melhores hospitais pagos com dinheiro público? Por que não há exigência de Exame médico, Atestado de Saúde (por junta médica) indicada pelo TRE para candidato a cargo eletivo que vai receber salário e outras vantagens como Plano de Saúde e Aposentadoria Vitalícia?
No comunismo.
Por ter vivido na capital do comunismo e na capital do capitalismo tenho obrigação de relatar o que vi e sei da saúde de altos dirigentes, líderes políticos, presidentes. A gerentologia soviética era impenetrável. A cortina de ferro “blindava” os altos dirigentes do Partido e do governo da URSS. Não era somente no ocidente que se fazia gossip sobre quem estava doente? Morria? Quem caia em desgraça?
O russo tem um jeito silencioso de fofocar e saber das coisas. Nos jornais Pravda, Izvestia, revistas, Rádios, TVs, na mídia toda, sob rígido controle estatal, nigivô sobre a vida social, financeira, sexual, a saúde, dos dirigentes do Comitê Central e governo. Quando o camarada não tinha caído em desgraça o enterro era pomposo como o de Breznev. Quando Nikita Kruschev morreu já não era considerado o corajoso líder que havia denunciado crimes de Stálin e Béria, o sanguinário chefão da KGB.
Nikita Kruschev abriu fronteiras e portas da URSS. Criou a universidade na qual concluí Direito Internacional. Eu estava em Moscou quando ele morreu. Saúde, morte, enterro, aconteceram pa tirronko. Seus familiares foram para o ostracismo. Os últimos dirigentes da URSS eram da velha guarda. Veteranos da segunda guerra mundial. Octogenários. Alguns beirando os cem anos foram saindo de cena sem que a população soubesse detalhes. Andropov, da KGB, foi o último antes de Gorbachov, o mais moço deles.
No regime ditatorial do culto à personalidade não há divulgação da condição de saúde dos dirigentes. Ate hoje dizem que Stálin não morreu de doença. Foi assassinado por médicos. Yeltsin bebia vodca. Muita vodca. Nos jantares, misturava vinho, conhaque, licor. Chapado, arrematava com vodca para o famoso na ISDAROVIA. Várias vezes. Para segurar a tremedeira estava sob medicação pesada. Eu vi Yeltsin cambaleando, sendo amparado por Bill Clinton.
No capitalismo
Há duas fotos de Roosevelt na cadeira de rodas. Ele não permitia que se explorasse política, eleitoral, emocionalmente, a sua deficiência física. Como fazem políticos latinos. No Brasil, a mania alimentada pela TV, é chorar pelo “coitadinho” doente. Que não deixa o mandato. Não larga o osso nem na hora da morte. Ninguém chora pela “saúde” da Rua, bairro, região, cidade, do estado, do país.
Em cadeira de rodas, Franklin Delano Roosevelt presidiu os Estados Unidos com quatro eleições consecutivas. O seu New Deal (PAC) sério, sem gatunagem, deu grandes resultados a curto e médio prazo. Muitos se opunham à entrada dos EEUU na guerra. A decisão de Roosevelt foi fundamental para a vitória de Churchill e Stálin sobre o nazismo. Ele sedimentou o caminho para os EE. UU se transformar no pós-guerra em grande potencia mundial.
Pompidou
Eu estava com a gaúcha Tânia e uma famosa atriz brasileira na porta do Le Cirque, badalado restaurante francês na Rua 65, quando o presidente da França chegou. Seu rosto estava inchado. De muita cortisona, diziam. Ele morreu em idade política prematura. Com apenas 63 anos. De septicemia do câncer no sangue.
Ministro de Charles de Gaulle no histórico ano 1968 Pompidou nunca apelou sentimentos por sua doença. Presidiu a França com dignidade e progresso: trem bala, auto estrada, mecanização da agricultura, modernização da telefonia. E deixou para a eterna Cidade Luz o Memorial de Arte e Cultura Georges Pompidou.
Reagan, Bush, Jimmy Carter
1. No final do seu segundo mandato as mãos de Ronald Reagan tremiam. Esquecia frases. Tinha olhar distante. Mas, o ator-presidente retirou-se deixando seu país vitorioso na Guerra das Estrelas, na Guerra Fria. Ele repetia: “Mister Gorbatchov, derrube o muro de Berlim, e a gente conversa”. Dito e feito. Saiu de cena sem apelos dramáticos. Morreu do mal de Alzheimer.
2. Dizem que Bush, filho, foi o presidente de melhor saúde. Todos os anos ele divulgava seu check up completo. Caminhava. Fazia exercícios aeróbicos. 3. Impressionante a saúde física e mental de Jimmy Carter. Eu o cumprimentei na Casa Branca em breakfast que o presidente oferecia a lideres e empreendedores de comunidades estrangeiras nos Estados Unidos. Acabo de vê-lo entrevistado pelo David Letterman. Continua viajando e arrecadando fundos para missões humanitárias. Seu ultimo livro é sobre exploração e mutilação de mulheres africanas. Vermes e água potável.
“Se esconder condição de saúde, for eleito, e descobrirem, tá lascado”
Na Suécia, Canadá, Inglaterra, Alemanha…não existe essa “coisa” de Ficha Limpa. Em princípio, todo cidadão deve ser ficha limpa. “Nos Estados Unidos”, ensina Adriana Berger “se político esconder o estado de sua saúde, for eleito, e descobrirem que ele mentiu, tá lascado. Não é preciso “lei” para coibir mal feito, merreca, deslize, equívoco, momento de fraqueza dos companheiros”.
“O repúdio faz parte da cultura moral do povo. Vem da missa, culto dominical, do comércio local, dos vizinhos, escola, universidade, clube esportivo, dos colegas de trabalho, da comunidade em geral. Mais que a saúde, delito e crime no trânsito são fatais para a carreira política e social. Com dois irmãos assassinados, Edward Kennedy tinha tudo para ser eleito presidente dos Estados Unidos. Tentou se esconder após acidente de carro. Perdeu a chance. A saúde moral aqui ainda conta muito”.
Não é assunto particular dele/a. É assunto do país.
Ele pede seu voto para cargo público. Ela vai ser paga com dinheiro público. No Brasil é frustrante esperar por decisão cidadã. Como a Ficha Limpa a Ficha Saúde Boa deve ser obrigação legal.
A imprensa, principalmente a TV, que substituiu a escola na educação popular, deve exigir e exibir as condições de saúde dos candidatos a presidência e a vice da República. Nesse desequilíbrio institucional, nesse purgatório de gestão publica, o país precisa de liderança forte. Com saúde física e mental de boa para excelente.
Minha mãe tomou. Teve que parar.
Pedi ajuda. Maria de Lourdes, do segundo escalão da República, respondeu: “a cobertura mais completa da saúde da presidenta está na revista Época. Não posso afirmar se ela continua tomando 20/30 medicamentos. Se estiver é muito. Não há organismo que resista aos colaterais. Mas, posso afirmar que azitromicina e ceftriaxona afetam a energia física e mental da pessoa. A minha mãe tomou. Começou a não dizer coisa com coisa. Teve que parar”.
“Todo corticóide afeta o fígado e faz aumentar os níveis de TGP. Embaça o raciocínio. Dificulta decisão e comando. Afeta o país. Eu a vejo chegar. Ela não está bem. Seu humor também não. É up and down”.
“Os escândalos. Não saber como será a Copa. A campanha eleitoral. Terão peso vital em sua saúde. Dilma e Lula, estão doentes, sob medicação pesada. Deveriam retirar-se. Aconselhar. Ajudar o país, mas, fora da máquina de moer corpo e alma”.
Saúde boa. Ficha limpa. In love again. Sou candidato!
Surpreso e contente com os resultados do check up, exame de sangue, ultra-som abdominal total, do dedo. Mas, mesmo não sendo hipocondríaco, toda vez que fui buscar resultado de exames eu ruminava, com aquilo apertado, é hoje. Esperando glicose e colesterol altos, um tumor.
Já contei que passei um ano em Moscou entre hospital e sanatório tratando de tuberculose linfática. Típica da fome crônica em corpo magro, mal cuidado. Fui cobaia dos primeiros testes de broncocoscopia na Rússia. E definitivamente curado com doses cavalares de antibiótico. Daí a calvície e a miopia.
Dávai: Colesterol total: 190 MG/dL. Colesterol HDL 40 MG. Triglicerídeos 56 MG. Glicose 93 MG. Ácido úrico 6,0 MG. P. S. A 1, 250 ng /mL. Tudo ok no ultra som abdômen total (Laboratórios do hospital Unimed/Santa Catarina)
Medicamento: Micardis 40 para manter a pressão há muito sob controle. Foi desregulada por milhares de doses de vodca comunista e uísque capitalista, on the rocks. Novo diagnóstico: intestino irritável. Sintoma: ao repousar, ao dormir, a guerra interna começa: trovão, torpedo, canhão, rajadas, rojão, com espasmos abdominais que afetam o sono e me deixam encucado, nervoso, inquieto.
“Mas o que será isso?”. Deve ser um tumor. O médico alemão, 2 metros de altura, para ser solidário disse ”Não esquenta. Também tinha isso”. Estou testando Lonium, medicamento novo, já com bons resultados. Não tomo ansiolítico, sonífero. Em Nova York, há 39 anos, tomei Valium 5 mg (era in, moda). Já fui tentado a tomar Viagra e as novidades do gênero. Mas, com iniciativa e erotismo de parceira devassa fico bem no quesito.
As condições objetivas
Mesmo com tudo em cima pedi ajuda. O que na dúvida sempre faço. PR, professor, mestre, analista político em Mato Grosso, disse: “caro Jota, você reúne todas as condições subjetivas para ser um candidato diferenciado. Você é um homem ideia.
Mas, precisa reunir as condições objetivas. Neste nosso imenso Mato Grosso, totalmente miscigenado, com candidatos ricos, você vai precisar de 10 milhões de reais para iniciar a campanha eleitoral de outubro”.
Estou, como se dizia, com anima sana in corpore sano. Mas, com a saúde financeira em frangalhos. Há seis meses sem beber uma gota de vodca. Fazendo esteira, musculação. Feliz com os resultados do meu último exame clínico. In Love again, com Liudmila, de Pomerode. Fico matutando com os meus bolsos. Me perguntando: como se consegue 10 milhões de reais no ambiente político-eleitoral do Brasil? Votos de Boa Saúde a todos. Na isdarovia!
Trilha sonora:
Divulgue. Encaminhe para alguém que você conhece no exterior. Espaço opinativo. Texto pequeno, notinhas, envie para Facebook/JotanymtAlves. Melhor leitura em zoom 125. Escreve que eu publico: oreporternahistoria@uol.com.br.